Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Souza, Caroline Vetori de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/14825
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Resumo: |
No presente estudo analiso um processo artístico-pedagógico com mulheres em privação de liberdade, que ocorreu em 2019, no Presídio Feminino de Florianópolis, Santa Catarina, no qual atuei como professora e dramaturga. Dado o contexto no qual o trabalho se desenvolveu, fez-se necessário um estudo da maquinaria prisão a partir de autores clássicos (FOUCAULT, 2008) (GOFMANN, 2015), para compreender seu funcionamento e buscar dentro do campo artístico lampejos de relações não pautadas pelos ditames da instituição. Em específico a realidade brasileira, as análises de Juliana Borges (2018) auxiliam na compreensão da teia de opressões geradas e geradoras do sistema prisional. Ainda, um olhar para a questão de gênero mostrou-se basilar para o delineamento das propostas e caminhos. Uma das estratégias das prisões é a invisibilização das pessoas encarceradas. Suas histórias, muitas vezes, são tecidas por outros e estão alicerçadas em estigmas (GOFMANN, 1975) (BECKER, 2008). A oficina ministrada foi na contramão dessas estratégias e mostrou-se um espaço frutífero para a ressignificação das histórias, tendo a escuta como disparadora para a criação. O trabalho desembocou na peça Estendemos nossas memorias ao sol (2019), construída por meio da dramaturgia da escuta, que corrobora para dar vazão a emergência das histórias. A dramaturgia pode ser compreendida como campo para a produção de presenças (ROMAGNOLLI, 2014). Como essas presenças já compõe o tecido social o que parece faltar para um olhar para as mesmas é a escuta de suas existências. A ideia de dramaturgia da escuta aponta uma postura na escritura, que busca não omitir as vozes participantes do processo, e convoca aquelas que irão dialogar com a peça a escutar tais existências. |