Manual de sobrevivência: lutas de uma mulher artista preta no combate ao racismo estrutural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Assis, Dalva França de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/20309
Resumo: A ideia é sobreviver. Esta pesquisa tem como objetivo criar um manual de sobrevivência com táticas artísticas para denunciar e combater a marginalização social e intelectual das pessoas pretas causadas pelo racismo estrutural no Brasil, partindo das minhas vivências como mulher amefricana nascida na periferia de São Paulo. Reflito e escrevo sobre como o Estado brasileiro cerceia a vida de milhares de pessoas afrodescendentes anualmente. Através da minha produção pictórica, fundamentada em discussões históricas, teóricas e políticas, problematizo as múltiplas formas de agressão contra corpos pretos. Em termos teóricos, me baseio na perspectiva feminista negra e na metodologia da escrevivência elaborada por Conceição Evaristo, para enfrentar o racismo estrutural e suas expressões na violência policial, encarceramento em massa da juventude negra brasileira, epistemicídio, e ainda trago referências de artistas pretos e pretas juntamente com a minha produção pictórica. Como parte da metodologia prática, analiso casos de violência racial apresentados pelas mídias brasileiras, me apropriando de imagens jornalísticas como referências para a criação de séries de pinturas, escritas e publicações de artista. No percurso da pesquisa, elaborei um conceito que nomeei de “inversão pedagógica”, sendo tanto um procedimento artístico quanto um conceito teórico, que inverte a hierarquia racial nas imagens apropriadas/ referenciadas com o objetivo de sensibilização e conscientização da injustiça e violência do racismo estrutural. Também desenvolvo trabalhos em resposta a obras da História da Arte europeia relacionadas a temas raciais. Como resultado, apresento um Manual de Sobrevivência pautado na realidade brasileira que tem a pintura e a escrita autobiográfica como principais ferramentas de denúncia e combate ao racismo estrutural