Bauhaus, uma história de pedagogias perdidas?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Reimann, Daniel Eduardo
Orientador(a): Rela, Eliana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://repositorio.ucs.br/11338/6641
Resumo: O presente estudo está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Caxias do Sul. Estudo de cunho bibliográfico, tem como objetivo compreender o sentido pedagógico adotado para o Curso Preliminar da Escola Bauhaus, o qual operou de 1919 a 1932, deixando marcas pela sua forte influência, mesmo tendo passado mais de 100 anos. Pela forma, reconhecem-se com facilidade os seus produtos, como uma marca, mas antes de tudo, é adequado lembrar que ela foi uma escola, e os seus conceitos, métodos e pedagogias adotadas não são reconhecidos na mesma dimensão dos seus produtos de design. Com base nisso, cabe perguntar: a sua abordagem conceitual geral e sua pedagogia ainda fazem sentido hoje? Será mesmo uma história de pedagogias perdidas? Assim sendo, esta dissertação investiga percursos na compreensão da estrutura conceitual em sua fase inicial, no seu curso de formação preliminar, o Vorlehre, que marcaram os seus caminhos de inovação. Para a compreensão de sentido do objeto pedagógico que é foco deste estudo, a aproximação do tema se faz por uma incursão histórica no período da história alemã, que antecede a criação da escola, o período crítico do Pós-Primeira Grande Guerra, no âmbito político, econômico e social, culminando com a criação da República de Weimar no mesmo ano de constituição da escola. Se incursiona na história da escola com os seus períodos, suas localizações, seus altos e baixos, e pressões políticas que sofreu e que culminaram com o seu fechamento definitivo após dois encerramentos já terem acontecido no seu percurso. Desse modo, são abordados os aspectos conceituais que sustentaram os seus dois mais importantes manifestos, a pedagogia inicial do curso, bem como o seu curso de formação preliminar, o Vorlehre, que apresenta no seu programa caminhos que possibilitam os aspectos de rompimento com o pensamento clássico e a possibilidade de compreensão do que seria o homem moderno, intitulado de o Homem Total, segundo Gropius. O primeiro diretor da Escola Bauhaus, conceituador inicial e mais hábil gestor de conflitos que a escola teve, Walter Gropius; bem como o construtor do curso preliminar, inovador, experimental e polêmico, Johannes Itten, formam os personagens principais investigados neste estudo. Eles encerram dois papéis que foram fundamentais para a escola, uma gestão de sucesso das diferenças, aliada ao conceito de inovação pautado na profunda percepção humanista. A pedagogia de Itten representa aqui o professor que incursiona na abordagem mais investigativa de metodologia da compreensão do ser antes do fazer. Tecendo amarras possíveis com o nosso fazer são apresentadas conexões com autores do pensamento contemporâneo, na busca de compreensão desse projeto de pensamento moderno que permanece como promessa que não se completa, como por exemplo: (a) onde fica o nosso medo de ser e a vontade de desaparecer e não se identificar que nos acompanha ao longo do processo histórico e que nos impede de avançar para processos construtivos que nos jogam para caminhos destrutivos?; (b) as utopias e distopias em conflito de ontem são muitas das mesmas que assistimos se repetirem hoje; e (c) onde podem residir as possibilidades de contato com o Ser hoje, e onde se apresentam brechas de saída para o futuro? Conceitos que se apresentaram na Bauhaus a um século e ainda podem ser atuais hoje. Vivemos hoje um mundo complexo em que precisamos abrir todas as possibilidades de investigação para os caminhos do conhecimento. O pensamento aberto e sistêmico nunca foi tão urgente. Temos urgência neste agir, como o tiveram na época da escola em foco. Como produtos desta pesquisa para além da abordagem dissertativa, desenvolvi dois trabalhos no ambiente acadêmico com aspectos do conhecimento da Bauhaus: um deles de apresentação ao universo discente da história e conceitos da escola; e outro aos docentes envolvendo práticas de aproximação e percepção de seus afetos, experienciados através de práticas afetivas e psicomotoras. Uma simplificada experiência em ação da base teórica do Vorlehre.