Mulher, família e trabalho: representações e identidades construídas por casadas e solteiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Mendonça, Thyara Ferreira Ribeiro lattes
Orientador(a): Cavalcanti, Vanessa Ribeiro Simon lattes
Banca de defesa: Bomfim, Natanael Reis, Borges, Ângela Maria Carvalho
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/123456730/205
Resumo: Os estudos sobre mulheres e gêneros vêm, desde a eclosão do movimento feminista em sua segunda onda, ganhando eco nos mais diversos ramos do conhecimento, sobretudo na Psicologia e Ciências Sociais. Paralelamente, na atualidade, uma visão interdisciplinar tem sido exigida quando nos debruçamos sobre o objeto família, suscitando novos enfoques e abordagens. Neste prisma, o presente estudo, situado na linha de pesquisa Família nas Ciências Sociais, pretende traçar um comparativo entre mulheres casadas e solteiras, de classe média, profissionais de carreira, objetivando conhecer e analisar as Representações Sociais (RSs) e significados atribuídos por estas às categorias família e trabalho. Especificamente, buscou-se identificar e analisar as representações sociais acerca de suas identidades, analisar de que forma articulam família e trabalho, bem como saber de que modo caracterizam o 'ser uma profissional de carreira'. Parte-se do pressuposto de que a configuração relacional apareça como importante variável na construção das identidades e representações. Foram entrevistadas seis mulheres casadas e cinco mulheres solteiras, com idades entre 31 e 46 anos, com pelo menos nível universitário, com ou sem filhos, estando inseridas no primeiro grupo as mulheres que residem com um parceiro/companheiro/cônjuge e no segundo aquelas que moram sozinhas, com familiares ou amigos. A amostra se caracteriza como não probabilística por julgamento, posto as entrevistadas serem escolhidas a critério da pesquisadora como informantes em potencial do grupo que se pretende conhecer, sendo selecionadas mediante a constatação de apresentarem os critérios de inclusão previamente elencados. O instrumento de coleta de dados foi composto por uma entrevista semiestruturada, contendo informações sobre identificação e dados sociodemográficos e questões relativas às identidades e representações, em conformidade com os objetivos que se pretende atingir. A sustentação teórica apoia-se em concepções que fundamentam a discussão sobre a atuação das mulheres no mundo do trabalho, sob a perspectiva das abordagens feministas pós-estruturalistas e teorias sobre os significados do trabalho, assim como os principais desafios que a literatura aponta para a progressão da mulher em cargos de prestígio, sobretudo as casadas e com filhos. Em se tratando da teoria das RSs, os principais aportes teóricos utilizados são Moscovici (1978) e Jodelet (1989), no campo da abordagem processual das Representações Sociais. Os dados foram analisados mediante a utilização do software IRAMUTEQ (2013)e análise de discurso, em conformidade com a literatura pesquisada. Os resultados apontam a configuração familiar/estado conjugal, como variável na construção das representações e identidades das mulheres entrevistadas. Encontrou-se diferenciações entre as Representações de Si (Mulher de Carreira) e as Representações do Endogrupo (Mulheres casadas e solteiras) e entre estas duas e o Exogrupo (Homens). No primeiro estão elecandos aspectos como sobrecarga, falta de tempo e responsabilidades e no segundo, respectivamente, a preservação das individualidades, assim como a divisão das tarefas relativas ao cuidado e, no último, a fraca percepção dos seus direitos enquanto mulher e cidadã. De modo menos surpreendente, as mulheres entrevistadas demonstram ainda experimentar, como aponta a literatura, obstáculos que dificultam a sua inserção nos contextos produtivos de alta complexidade, quase sempre mediante a sobrecarga de funções. Palavras-chave: