Juventude homoerótica e projeto de vida familiar: a paternidade silenciada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Magalhães, Selma Reis lattes
Orientador(a): Castro, Mary Garcia lattes
Banca de defesa: Messeder, Suely Aldir, Menezes, José Euclimar Xavier de, Lima, Tatiane de Lucena, Alcântara, Miriã Alves Ramos de, Cavalcanti, Vanessa Ribeiro Simon
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/123456730/153
Resumo: Objetivando ampliar o conhecimento sobre paternidade gay, a pesquisa está ancorada na juventude homoerótica e projetos de vida familiar, com vetores para questões que envolvem as significações de “ser pai” ou “viver a paternidade”; “ser presente”, independentemente do caráter reprodutivo; ser participativo no desenvolvimento intelectual, psicológico e moral dos filhos e filhas. A paternidade e juventude homoerótica são direcionadas para estudos de gênero e sexualidades, numa sociedade onde se privilegia o olhar sobre as reproduções dos papéis e posições sociais do macho e da fêmea, herdadas do passado e sustentadas, no presente, pelo social sobre o pretexto de regularidade das relações sociais. Agrega subconjuntos relativamente estáveis, recorrentes de situações cotidianas marcadas pelas relações desiguais e de poder, que se instauram na investigação, como os fatores socioeconômicos e étnicos vivenciados pelos atores que participaram da pesquisa. Nesta perspectiva, a investigação procura analisar a paternidade a partir dos discursos dos jovens homoeróticos sobre seus projetos de vida familiar. A juventude aparece nesse cenário quando considerada a fase em que a experimentação da sexualidade envolve dimensões sociais e culturais diversas, quanto à identidade sexual e de gênero, mais precisamente quanto ao erotismo e aos fatores emocionais A paternidade no projeto de vida representa uma realização pessoal ou não para os jovens da pesquisa, como também no imaginário de cada um, faz parte ou não do processo de construção e representação coletiva quando dá a eles o reconhecimento social da descendência. Estende-se à juventude homoerótica, na medida em que a paternidade não é encarada como um valor vital de realização pessoal, por isso é silenciada, sendo vivenciada como uma experiência que pode ou não ocorrer paralela a outros projetos de vida considerados por eles como mais importantes. Quanto à família na trajetória da pesquisa, dirijo especial atenção, por entender que nela as ações educativas e as dinâmicas internas que envolvem questões referentes à orientação sexual são guiadas pelo princípio da dignidade humana e pela valorização de aspectos existenciais que garantam, acima de tudo, os direitos de personalidade e integridade física. Por intermédio de ações materiais e simbólicas, a família tem um papel muito importante na vida da juventude, ora em estudo, uma influência que resulta de ações muitas vezes sutis, nem sempre consciente e intencionalmente dirigida, mas que através das ações assumem relações de interdependência entre os seus membros e com pessoas que a cercam. Os pressupostos teóricos de estudos sobre gênero, sexualidades e educação se apresentam de forma importante para compreender, através da escola, as centralidades e mecanismos sociais relacionados à operação do binarismo sexual para a organização da vida social, com atenta crítica a uma política do conhecimento e da diferença, considerando as práticas educativas como mecanismo de forte atuação, capaz de controlar e disciplinar corpos e mentes.