O percurso da queixa escolar da educação à saúde: análise de encaminhamentos para o Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lôbo, Suely Maria Costa lattes
Orientador(a): Pitta, Ana Maria Fernandes lattes
Banca de defesa: Freitas, Kátia Siqueira de lattes, Dazzani, Maria Virgínia Machado
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Políticas Sociais e Cidadania
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1760
Resumo: A Reforma Psiquiátrica brasileira determinou um novo modelo de assistência à saúde mental, banindo o hospitalo centrismo, e instituindo os serviços substitutivos, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais (SR) e Unidades de Acolhimento (UA). Nessa perspectiva, as crianças e adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes também foram incluídos nessa política, e passaram a ser atendidos nos Centros de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência (CAPS ia). Ainda que o critério para o cuidado nessa unidade de saúde seja a gravidade do sintoma e o risco psíquico do assistido, a maioria dos perfis que chegam aos CAPS ia são de crianças e adolescentes que apresentam problemas comportamentais ou queixas escolares, relacionadas à aprendizagem. Diante dessa realidade, o objetivo proposto nesta pesquisa é descrever a trajetória realizada por crianças que cursam até o quinto ano do ensino fundamental I, que são encaminhadas para um CAPS ia da cidade do Salvador, local da investigação, oriundas da rede municipal de ensino de Salvador. A pesquisa teve abordagem qualitativa exploratória, utilizando pesquisa bibliográfica e análise documental, com coleta de dados a partir de observação de campo, entrevistas semiestruturadas realizadas com responsáveis de pacientes que cursavam até o quinto ano do ensino fundamental I e grupo focal com a participação de profissionais do CAPS ia. Para análise dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo por categorias, as quais foram: demanda familiar, queixa da escola, encaminhamentos, uso de medicamentos, escolarização, adoecimento psíquico, exclusão das atividades escolares, contato com a escola, desenvolvimento infantil, efeitos positivos e negativos, cura e dificuldades. Verificou-se que todas as crianças investigadas foram encaminhadas pela escola, que pressionam os pais para o fornecimento de relatórios diagnósticos, inclusive com sugestão de uso de medicações. Além disso, notou-se que há um esforço dos profissionais do CAPS ia em desconstruir as demandas, localizando a criança na sua história. Ademais, percebeu-se que a política nacional, ao exigir diagnósticos fechados para matricular os pacientes no serviço, contribui para o engessamento diagnóstico, perpetuando a doença na criança. Por fim, conclui-se que o acompanhamento de crianças e adolescentes carece de uma política própria, com intervenções no território, que possibilitem sua atenção de maneira integral.