Exercícios de leitura psicanalítica acerca do ciúme amoroso: os modelos de Medéia e Otelo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Cruz, Maria Goretti Mendes lattes
Orientador(a): Menezes, José Euclimar Xavier de lattes
Banca de defesa: Costa, Lívia Alessandra Fialho da lattes, Coutinho, Denise Maria Barreto
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1510
Resumo: Não são raras as pessoas que, em sua relação amorosa, sofrem por ciúme. Algumas, pelo excesso das manifestações desse afeto, outras, pela ausência de qualquer expressão dele. Em ambas os casos, um eixo comum dá sustentação ao discurso: a representação do ciúme como sinal/demonstração de amor. Entretanto, enquanto a representação romântica do ciúme como “tempero do amor” conserva a sua vitalidade através dos tempos, o destempero da violência física e/ou psicológica se transforma em crescente problema de saúde pública. Este estudo se propõe investigar, à luz da perspectiva psicanalítica, se valendo do conteúdo dos clássicos literários Medeia e Otelo, os multiformes mecanismos psicológicos envolvidos no ciúme amoroso em relacionamento diádico exclusivo de natureza heteroafetiva, objetivando compreender com maior abrangência a complexidade que envolve o tema. A psicanálise freudiana considera o ciúme um complexo afetivo constituinte da estruturação psíquica do ser humano. Afirma que a dinâmica ciumenta se constitui nos primórdios da estruturação da vida afetiva da criança, no entrelaçamento do narcisismo e do Complexo de Édipo. Uma falha na estruturação narcísica, resultando em comprometimento da representação de si, aliada à posição edípica de rivalidade não superada, favorecerá a repetição do ciúme ao longo da vida. Nessa perspectiva, o ciúme amoroso é percebido como um ‘fenômeno’ cujas raízes remontam, sobretudo, ao domínio da intrasubjetividade, uma reminiscência de amores, dores e conflitos de relações primevas vivenciadas no ‘tempo sagrado’ da estruturação psíquica do sujeito. Ademais, embora essa pesquisa não contemple a investigação do ciúme romântico com recorte específico na categoria de gênero, o estudo das Tragédias supracitadas aponta para um ciúme de natureza afetiva nas mulheres e sexual nos homens.