Uma representação da família mestiça na ficção de Pepetela

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Marques Neto, Sebastião lattes
Orientador(a): Menezes, José Euclimar Xavier de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1545
Resumo: Neste estudo, busco analisar, a partir do romance histórico A Gloriosa Família – o Tempo dos flamengos (1997), de Pepetela, e da historiografia, a representação da família mestiça em Angola, espaço pré-colonial no século XVII, em que os portugueses, os holandeses e os africanos viviam as mudanças sociais, econômicas e políticas durante os sete anos de dominação holandesa em Luanda. A obra do autor angolano é aqui analisada dentro da perspectiva de estudo de caso. A Gloriosa Família, a partir de 2003, foi adotada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em seu concurso de vestibular, uma vez que a Lei 10.639/03 colocava nos currículos do ensino fundamental e médio o estudo da História e da Cultura Afro-brasileira e Africana. A questão do patriarcalismo, da mestiçagem, bem como as estratégias de resistência dos escravos são, também, abordadas, tecendo um paralelo com que acontecia no Brasil, na mesma época, uma vez que as duas margens do Atlântico Sul mostravam a ligação entre as dois lugares para a manutenção do sistema de exploração colonial que deixou marcas profundas nesses dois continentes. Este estudo também discute a literatura como fonte de pesquisa e como formadora da identidade nacional em Angola. Procuro enfatizar o objeto literário para descrever e analisar as vozes dos colonizadores e do colonizado. Neste sentido, investigo o foco narrativo em 1º pessoa, eleito por Pepetela, na figura de um escravo mudo, sem nome e analfabeto que conduz a narrativa, de modo transgressor, sobre o tempo dos malufos em Luanda.