Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Milena Rocha Nadier
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Orientador(a): |
Pitta, Ana Maria Fernandes
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Banca de defesa: |
Coutinho, Denise Maria Barreto
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Silva, Antônio Carlos da |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Católica do Salvador
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Programa de Pós-Graduação: |
Políticas Sociais e Cidadania
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Departamento: |
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1752
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Resumo: |
Em 2013, a publicação da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-5, foi estopim de uma crise nas classificações psiquiátricas. No meio acadêmico, em movimentos sociais e de classe, o aumento quantitativo nas categorias de classificação do DSM, ao longo de suas edições, foi citado como tendência à patologização, em oposição à clínica ética da prática psicanalítica, psicológica ou, ainda, da dita psiquiatria esclarecida. Entretanto, alguns estudiosos do campo apontaram semelhanças entre esse instrumento e o funcionamento da clínica em geral, elemento que revelava a necessidade de uma análise mais ampliada. Justamente por isso, nesta dissertação, propus-me a estender a crítica e analisar o papel da clínica contemporânea enquanto uma possível estratégia a contribuir para a medicalização da vida e, por conseguinte, para a biopolítica. Valendo-se do ensaio enquanto forma, busquei compreender a estrutura das principais críticas ao DSM, revisar a noção de clínica contemporânea a partir de seu nascimento no século XVIII, e comparar seu funcionamento, estratégias e os impactos clínica com os da iniciativa DSM. Os achados revelaram que as condições para o nascimento da clínica só puderam realmente ser estabelecidas naquele período, a saber, a materialização e ontologização da doença, obtidas pelo golpe discursivo da aplicação da taxonomia à classificação de patologias. Por outro lado, a garantia de sua perenidade esteve em fazer-se instrumento político que permitiu a criação e sustentação da instituição: saúde. Fê-lo através da espetacularização do sofrimento promovido nas apresentações de pacientes e na pedagogia pela práxis, que consolidou seu semblante de guardiã da verdade diagnóstica pela classificação passível de replicação e predição. Uma imagem que oportunizou uma reconfiguração do seu campo para além dos hospitais. Na suposição de saber sobre a verdade da saúde e da doença, e do normal e do anormal, a clínica pôde funcionar com a fundação sobre a qual se organizou uma medicalização da existência face às epidemias e às necessidades de criação e acúmulo de mão de obra no capitalismo. Ao final da pesquisa, observei a confirmação de certa adequação no uso do termo “clínica” para adjetivar esses manuais psiquiátricos. Concluí então que a crise pós-DSM-5 é, antes, uma crise da própria clínica, nessa mesma clínica contemporânea que se organizou como uma estratégia auxiliar à medicalização da vida e, consequentemente, à biopolítica. Aponto, ainda, que parte do poder relativo a esse instrumento relaciona-se à afinidade entre o funcionamento clínico e o sistema capitalista no contexto atual. Finalmente, por um lado termino por reconhecer o valor médico de uma clínica universal, e por outro, marco a importância de um posicionamento eticamente orientado que permita a alguns praticantes conscientes de seu ato, se assim o desejarem, separarem-se dessa prática para poderem, de fato, orientar o seu fazer pelo avesso da política atual, pelo avesso da biopolítica. |