Mães e filhos: transtornos ansiosos maternos e seu papel no desenvolvimento infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Scholl, Carolina Coelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/930
Resumo: Introdução: O período gravídico-puerperal traz diversos medos e ansiedades para a mulher. Quando a gravidez ocorre na adolescência, o risco para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade (TA) pode ser maior e acarretar em prejuízos para o bebê que está por vir. Estudos abordam a influência dos TA maternos presentes nesse período para o desenvolvimento infantil. Entretanto, existem divergências sobre o tema, salientando-se a necessidade de novos estudos para esclarecer o possível impacto que esses transtornos podem ocasionar no desenvolvimento do bebê. Objetivo: Investigar se adolescentes possuem maior risco de apresentarem TA na gestação e verificar qual o impacto do curso desses transtornos no desenvolvimento infantil. Métodos: O artigo 1 compreendeu uma amostra de conveniência oriunda de uma coorte de gestantes adolescentes que realizaram seu acompanhamento pré-natal em uma das Unidades Básicas de Saúde da área urbana da cidade de Pelotas (RS/Brasil), bem como uma amostra de base populacional de um estudo longitudinal com mulheres de até 24 semanas gestacionais residentes também da área urbana de Pelotas. Já o artigo 2 incluiu gestantes adolescentes do estudo de coorte citado acima e seus filhos acompanhados aos 2-3 anos de idade. A avaliação dos TA foi realizada utilizando a Mini International Neuropsychiatric Interview (M.I.N.I. Plus) e o desenvolvimento infantil das crianças foi medido pela Bayley Scales of Infant and Toddler Development III (BSID-III). Os dados foram digitados no programa EpiData 3.1 e analisados pelos softwares SPSS 23.0 e Stata 15.0 através dos testes estatísticos mais adequados para cada objetivo do estudo. Resultados: Participaram do primeiro artigo 1,852 gestantes, sendo 995 adolescentes e 857 adultas. A prevalência de TA foi de 11,0% nas gestantes adolescentes e de 13,8% nas gestantes adultas. As taxas não diferiram entre si (p-valor=0,065). Na análise ajustada, a idade materna não esteve associada à presença de TA pré-natais (p valor=0,853). No segundo artigo, foram incluídas 497 díades mãe-filho que participaram das avaliações realizadas na gestação, 60-90 dias pós-parto e aos 2-3 anos de idade das crianças. Os resultados mostraram que o efeito do curso dos TA maternos se manifesta de formas diferentes para cada domínio do desenvolvimento infantil. Os desenvolvimentos cognitivo e da linguagem foram mais impactados pela presença de TA maternos aos 2-3 anos da criança, enquanto o desenvolvimento motor foi mais influenciado pela presença desses transtornos no período pós-parto. Já a mudança na presença dos TA foi mais crucial para o desenvolvimento socioemocional. Entretanto, apenas o desenvolvimento cognitivo foi diretamente impactado pelos TA maternos (B: - 4,05; IC95%: -7,16; -0,93). Conclusão: Os achados revelam a necessidade de uma atenção pré-natal que inclua triagens a respeito da saúde mental materna. Além disso, esse estudo pode auxiliar o desenvolvimento de intervenções para minimizar os impactos dos TA maternos nas crianças, e também fornecer e guiar o melhor suporte psicológico para essas mães.