Prevalência dos transtornos ansiosos em mães durante a gestação, sua incidência no puerpério e sua associação com a saúde da criança nos primeiros meses de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Lucineide Maria da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-22102018-105600/
Resumo: Há muitos estudos sobre saúde mental e gestação, mas a maioria concentra-se em depressão e psicose pós-parto. Entretanto, os Transtornos Ansiosos (TA) estão entre os mais prevalentes, com grandes consequências. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência e a incidência, em gestantes e puérperas, dos TAs e seus fatores associados. Trata-se de uma coorte de nascimento com 775 pares mãe-crianças, realizada na região Oeste do município de São Paulo. As mulheres foram recrutadas enquanto frequentavam suas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A coleta de dados ocorreu em dois momentos: durante a gestação (26ª a 34ª semanas) e no puerpério (aos 2 meses do lactente). As mães foram subdivididas em quatro categorias, conforme seu diagnóstico mental nos TAs: 1. Sem TA; 2. TA só na gestação (G); 3. TA só no puerpério (P); 4. Em ambos. Resultados: A prevalência dos Transtornos Ansiosos foi de 18,8% durante a G e de 10,6% no P, com incidência de 5,8% de casos novos (45 casos). Os fatores associados à evolução do quadro de TA foram: classe econômica (D+E); naturalidade (nascer em SP); violência doméstica; consumo de tabaco e gravidez não planejada. Comorbidades: todos com relevâncias estatísticas, com ênfase ao Transtorno de Humor (TH). Marcadores independentes: Na categoria Só Gestação: violência doméstica (risco aumentado em 88%) e gravidez não planejada ( risco aumentado em 20%). Na categoria Só no Puerpério: classe econômica ( risco 82% maior) e violência doméstica ( risco aumentado em 2,55 vezes mais). Na categoria Em ambos: classe econômica ( risco 2,11 vezes mais), violência doméstica ( risco 5,02 vezes mais) e nascer em SP (risco 2,69 vezes mais). Em relação às comorbidades, o Transtorno de Humor (TH) com as prevalências (32,7% na G e 8,6% no P) aumentou a probabilidade em 2,55 vezes mais na G e 11,72 vezes mais no P. Já o Risco de Suicídio (21,9% prevalência na G) aumentou a probabilidade em 3,39 vezes mais na G. Os fatores neonatais não se apresentaram associados à evolução do quadro de ansiedade, porém nascer pequeno para a idade gestacional (PIG) teve uma tendência à significância estatística. Conclusão: Os fatores associados à evolução do quadro de ansiedade perinatal foram: Classe econômica, violência doméstica, nascer em SP, uso de tabaco e gravidez não planejada. Sugere-se como contribuição desse estudo a importância de se capacitar os profissionais de saúde que trabalham no período perinatal a fazerem o diagnóstico e intervirem de forma precoce, ajudando a diagnosticar, acompanhar e tratar esses transtornos minimizando assim os riscos de desenvolvimento e agravamento dos transtornos de ansiedade em mulheres gestantes e no período puerperal