A percepção de vogais do inglês por falantes monolíngues (português) e bilíngues (pomerano/português) e o papel do bilinguismo no processamento grafo-fônico-fonológico da L3

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: KUHN, Paula Cristiane Bueno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas#
#-8792015687048519997#
#600
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Letras#
#8902948520591898764#
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/645
Resumo: Seguindo a literatura sobre multilinguismo, este trabalho objetivou investigar a percepção das vogais do inglês //, //, //, //, // e // e averiguar qual o efeito da língua materna (L1) e da segunda língua (L2) no processamento grafo-fônicofonológico do inglês (terceira língua: L3). Os participantes deste estudo foram adolescentes monolíngues da cidade de Pelotas, aprendizes de inglês de um curso de idiomas e adolescentes monolíngues e bilíngues do interior de São Lourenço do Sul, um município onde grande número de descendentes de alemães e de pomeranos até hoje falam pomerano. Um considerável número de alunos da Escola Municipal Francisco Frömming, tem como L1 o pomerano e o português brasileiro (PB) como L2, pois essa é, para muitos deles, adquirida apenas quando os alunos chegam à escola. Os participantes, na faixa etária dos 12 aos 15 anos, foram distribuídos em três grupos: 1) nove bilíngues (L1 Pomerano e L2 PB); 2) sete monolíngues (L1 PB) residentes em São Lourenço do Sul; e 3) doze monolíngues residentes na cidade de Pelotas. Os informantes monolíngues de São Lourenço de Sul e os bilíngues realizaram um teste de identificação que visou investigar a percepção de vogais do inglês que possuem correspondentes identicos e semelhantes a algumas vogais do PB e do pomerano. Os resultados revelaram que os dois grupos de informantes têm dificuldades para identificar as vogais inglesas //, //, //, confundindo-as com as vogais presentes no inventário do PB e do pomerano //, //, //, respectivamente, e vice-versa. Num segundo momento da pesquisa, os informantes dos três grupos fizeram um teste de priming grafo-fônico-fonológico em português e em inglês. Os experimentos de priming procuram investigar eventos relacionados à percepção pré-consciente e à memória implícita, o que está ligado ao processamento involuntário. A percepção de algum estímulo, nesse caso, é automática e ocorre de forma inconsciente. Dessa forma, podem-se criar experimentos nos quais prime e o alvo são apresentados com ou sem semelhanças grafêmicas; com ou sem semelhanças fonológicas. Os estímulos usados no experimento foram palavras mono e bissilábicas em PB e inglês, e as combinações foram formadas por seis pares de palavras (prime e alvo), cada par evidenciando – ou não – semelhanças ortográficas e fonético-fonológicas entre si (priming grafofônico-fonológico relacionado ou não relacionado). Os resultados são apresentados em termos de acurácia e tempo de reação na tarefa pelos dois grupos (monolíngues e bilíngues aprendendo o inglês). Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos quanto à variável acurácia; porém, quanto ao tempo de reação, os monolíngues de Pelotas, sem exposição ao pomerano, foram mais rápidos que os monolíngues de São Lourenço, expostos ao pomerano, e que os bilíngues na maioria das condições testadas.