Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Santos, Paola Oliveira dos |
Orientador(a): |
Gonçalves, Giovana Ferreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Centro de Letras e Comunicação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3377
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Resumo: |
Este estudo tem por objetivo analisar o papel da Consciência Fonoarticulatória (CFA) na aquisição da linguagem escrita por falantes monolíngues (português) e bilíngues (pomerano/português), bem como relacionar os níveis de CFA com o domínio da escrita, no que tange à relação som/grafema. Participaram do estudo crianças dos 2º, 3º e 4º anos do ensino fundamental de uma escola pública do município de Arroio do Padre/RS. A metodologia foi composta por quatro etapas. A primeira consiste na análise de dados orais e escritos de informantes monolíngues e bilíngues (pomerano/português) que compõem a amostra de Bilharva-da-Silva (2015). A segunda compreende a realização de um teste, com tarefas complementares ao CONFIART, que envolvem a nomeação de gravuras a partir da leitura labial da produção de palavras do português, as quais apresentam a oposição surdo/sonoro. Para tal, contou-se com a participação de 3 sujeitos surdos oralizados, no intuito de observar o papel dos gestos articulatórios no estabelecimento de categorias sonoras da língua. A terceira refere-se à avaliação da CFA dos sujeitos, a partir do Instrumento de Avaliação da CFA – CONFIART (SANTOS et al., 2014). A última etapa concerne à coleta de dados orais e escritos de crianças dos 2º, 3º e 4º anos do EF, monolíngues e bilíngues (pomerano/português), com base em uma adaptação da metodologia utilizada por Bilharva-da-Silva (2015). Os resultados da primeira etapa apontaram que tanto os bilíngues quanto os monolíngues apresentam alterações na produção oral e escrita dos sons obstruintes. Os dados indicam que as trocas bilíngues estão associadas às transferências grafo-fônico-fonológicas e as monolíngues são decorrentes de padrões de natureza auditiva (ZORZI, 1998) ou articulatória (CRISTOFOLINI, 2008). Os participantes surdos oralizados demonstraram mais erros do que acertos nas atividades de leitura labial dos sons surdos e sonoros do português. Tal fato revela que o vozeamento indicia-se como um movimento articulatório pouco visível (PASSOS e CRISTÓFARO-SILVA, 2009) em pistas labiais e/ou faciais, o que justificaria os resultados aqui encontrados. A avaliação da CFA demonstrou que bilíngues e monolíngues apresentaram baixos desempenhos nas tarefas propostas. Na análise geral, as crianças do 3º ano, de ambos os grupos, apresentaram escores mais elevados em relação aos demais anos em estudo. A dificuldade apresentada nas tarefas de CFA pelos bilíngues resulta, possivelmente, do pouco uso de subvocalizações e, no que concerne aos segmentos bilabiais, por limitações do instrumento para a identificação dos gestos de abertura e fechamento labial. Diferentemente do esperado, as crianças que demonstraram baixo desempenho em CFA apresentaram, contudo, poucos erros de escrita. Nos dados de fala referentes à quarta etapa, os bilíngues apresentaram alterações relativas à sonoridade e ao emprego dos róticos – sendo estes os segmentos mais propícios à interferência do dialeto (BILHARVA-DA-SILVA e FERREIRA-GONÇALVES, 2015). Por outro lado, as trocas de sonoridade realizadas pelos monolíngues foram mais pontuais, sendo observadas apenas em alguns informantes, não no grupo como um todo. No caso dos bilíngues, tal fenômeno manifestou-se de modo mais homogêneo. Na escrita, ambos os grupos apresentaram trocas na grafia dos segmentos róticos e obstruintes. Os bilíngues revelaram maior quantidade de trocas entre os „r? e menor número de erros relativos à oposição surdo/sonoro, talvez, pela interferência da língua de imigração (BLANK e MIRANDA, 2012; FERREIRA-GONÇALVES e BILHARVA-DA-SILVA, 2014). |