Desenvolvimento da linguagem em crianças que permanecem no aleitamento materno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Dias, Natália da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude#
#-7432574962795991241#
#600
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento#
#-1990782970254042025#
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/472
Resumo: O Desenvolvimento da Linguagem ocorre intensamente nos dois primeiros anos de vida e vários fatores genéticos e ambientais podem influenciar diretamente no processo de aprendizagem da linguagem de maneira sadia. Pouco se sabe sobe a influência do aleitamento materno por mais de dois anos, recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), no desenvolvimento infantil. Alguns estudos apontam que a amamentação exclusiva (AM) por no mínimo seis meses influencia beneficamente no desenvolvimento infantil. Este estudo teve o objetivo de verificar a associação entre o desenvolvimento da linguagem e o aleitamento materno aos 30 meses de idade em crianças da cidade de Pelotas, RS. Sendo seu desenho do tipo transversal aninhado a uma coorte de Desenvolvimento Infantil com uma amostra de 500 díades. A coleta de dados ocorreu em duas etapas, primeiramente com aplicação de questionários sobre dados sociodemográficos, dados maternos, dados perinatais e amamentação. Logo após, os bebês passaram por uma avaliação do desenvolvimento através da aplicação da Bayley Scale of Infant and Toddler Development (3°ed.) por Psicólogos treinados. Para testar as associações entre o desfecho, desenvolvimento da linguagem, e as variáveis de interesse utilizou-se a regressão de Poisson, com ajuste robusto para variância, expressando os resultados em razão de prevalências (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). Das mães investigadas, 89,3% (n=444) tem faixa etária entre 16 e 19 anos, 70,2% (n=335) pertencem a classe econômica C, 63,4% (n=315) não trabalham atualmente e 38,7% (n=192) possuem o primário completo. Com relação às crianças 50,3% (n=251) delas são do sexo masculino e 15,9% (n=79) recebem leite materno aos 30 meses de idade. O desenvolvimento normal da linguagem expressiva esteve presente em 30,2% das crianças avaliadas, enquanto que para a linguagem receptiva em 30,7% da amostra. A variável estar mamando atualmente teve associação significativa com as duas subescalas de linguagem (expressiva e receptiva). Nas crianças que seguem amamentadas atualmente têm prevalência de 34,2% de serem mais desenvolvidas adequadamente na linguagem receptiva, com relação ao desenvolvimento da linguagem expressiva a relação é inversa, as crianças apresentam 32,3% de serem menos desenvolvidas nesta subescala. Após o ajuste para os fatores de confusão, o desempenho na escala da linguagem expressiva do bebê se manteve associado à escolaridade materna (p=0,002), à sexo do bebê (p=0,01), estado civil materno (p=0,04) e à estar mamando atualmente (p=0,04 ). Na escala de linguagem receptiva o bom desempenho manteve-se associado à baixo peso ao nascer (p=0,001), à mãe estar trabalhando (p=0,014) e à estar mamando atualmente (p=0,018). Os resultados deste estudo são preliminares, sendo fundamental o acompanhamento da continuação dessa coorte. Também se faz necessário outras pesquisas longitudinais que avaliem os fatores ao longo prazo, visto que este ainda é um assunto pouco estudado.