Atividade física e transtornos de humor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Branco, Jerônimo Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude#
#-7432574962795991241#
#600
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento#
#-1990782970254042025#
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/581
Resumo: Os transtornos de humor são caracterizados por manifestações afetivas consideradas inadequadas em termos de intensidade, frequência e duração. A prática de atividade física tem sido identificada como uma intervenção benéfica no tratamento de transtornos mentais e pesquisas relacionam o exercício físico com a regulação de marcadores neurobiológicos associados aos transtornos de humor. A presente tese se propõe a três objetivos: 1) Analisar a associação entre transtornos de humor e a prática de atividade física; 2) Verificar a relação entre marcadores inflamatórios e a prática de atividade física em adultos jovens deprimidos; e 3) Avaliar o efeito de um programa de marcha e corrida na remissão de sintomas depressivos em idosos. Os dois primeiros objetivos foram respondidos através de um estudo transversal de base populacional que avaliou 1953 adultos jovens de 18 a 35 anos de idade em uma cidade no sul do Brasil. Para responder ao terceiro objetivo foi realizado um estudo de intervenção com 26 idosos portugueses que participaram de um programa de marcha e corrida na cidade do Porto-Portugal. No estudo realizado no Brasil foi utilizado a Mini Internacional Neuropsychiatric Interview 5.0 (M.I.N.I.) e o International Physical Activity Questionnaire 8.0 (IPAQ), enquanto as dosagens dos marcadores inflamatórios foram realizadas pela técnica de ELISA utilizando kits comerciais. No estudo realizado em Portugal, a intervenção foi baseada em três aulas semanais durante seis meses, a qual constituía de 30 minutos de caminhada em 50-75% da frequência cardíaca máxima e as avaliações do baseline e pós-intervenção foram realizadas a partir dos instrumentos: Geriatric Depression Scale (GDS) by Yesavage e teste de Rikli&Jones para a mensuração da aptidão física. Além disso, uma balança de bioimpedância Tanita MC.180 e o estadiômetro foram utilizados para coletar dados antropométricos. Foi utilizado durante sete dias para a mensuração do nível de atividade física o acelerômetro 7 MTI Actigraph. Para as análises estatísticas, foi utilizado o programa Stata 9.0 onde foram consideradas associações estatisticamente significativas quando p<0,05. Os resultados demonstram uma maior prevalência de atividade física entre as mulheres que não estão deprimidas, parece não haver diferença estatística de atividade física entre os homens com e sem depressão. Além disso, não houve associação entre a prática regular de atividade física e a identificação de episódio atual mania/hipomania para ambos os sexos. A relação da atividade física com os marcadores inflamatórios, encontramos que os homens deprimidos que eram ativos no lazer apresentavam um aumento significativo nos níveis séricos de interleucina anti-inflamatória IL-10 e uma diminuição significativa nos níveis séricos de citocina pró-inflamtória TNF- α, quando comparado com os deprimidos inativos. Para o sexo feminino parece que a prática de atividade física não interferiu nos níveis séricos das interleucinas avaliadas. Além disso, a intervenção com a prática de atividade física através do “Programa Nacional de Marcha e Corrida” foi capaz de atenuar o declínio e obter ganhos fisiológicos, assim como promover a remissão dos sintomas depressivos em idosos.