Biomarcadores séricos, uso de substâncias ao longo da vida e conversão para o transtorno bipolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Wirowski, Natália
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/997
Resumo: A conversão diagnóstica de transtorno depressivo maior (TDM) para transtorno bipolar (TB) é um tema que atualmente é alvo de várias pesquisas, porém, são escassos os estudos que esclarecem a interação entre a conversão, o uso de substâncias e biomarcadores. O objetivo deste estudo é investigar os níveis de biomarcadores séricos e uso de substâncias ao longo da vida como preditores para a conversão diagnóstica do TDM para o TB em uma amostra ambulatorial de adultos da cidade de Pelotas, Brasil. Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, aninhado a um estudo maior realizado em duas fases. Foram incluídas pessoas de ambos os sexos, entre a faixa etária 18 e 60 anos, que foram diagnosticadas com TDM pelo MINI Plus e que participaram das duas etapas do estudo. Para avaliação do uso de substâncias foi utilizado o instrumento Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST) e as dosagens bioquímicas dos biomarcadores BDNF, NGF, GDNF, IL-6 e TNF-α foram realizadas através da técnica de Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay (ELISA). A taxa de conversão do TDM para o TB foi de 12,4%. A prevalência de indivíduos do sexo feminino, com escolaridade de até oito anos completos de estudo, que apresentaram sintomas psicóticos e uso de cocaína ao longo da vida foi maior entre os indivíduos que converteram seu diagnóstico para TB do que entre os indivíduos que não converteram o diagnóstico (p<0,05). Acerca do uso de substâncias, foram encontradas prevalências de 1,4% a 70,5% para opioides e álcool, respectivamente. Na análise bruta, não houve interação dos biomarcadores com o uso de substâncias, exceto para o NGF com a cocaína. Após o modelo de análise ajustada, foi observado que interação se mantém (OR: 1,476; IC95%: 1,019– 2,137). Indivíduos com diagnóstico e tratamento tardios de transtorno bipolar podem apresentar pior prognóstico, portanto, resultados sugerindo que o NGF e o uso de cocaína são potenciais preditores de conversão para o transtorno bipolar podem auxiliar na prática clínica, contribuindo com a identificação da conversão e também para intervenções terapêuticas mais específicas.