Efeito da personalidade na conversão de transtornos depressivos unipolares para bipolares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ávila, Gisele Bartz de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/988
Resumo: Introdução: Os transtornos de humor são altamente prevalentes na população, sendo a comorbidade destes com transtornos de personalidade algo bastante comum. Estudos apontam para um pior prognóstico na evolução e na resposta ao tratamento do transtorno depressivo naqueles indivíduos com transtornos de personalidade comórbidos. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar o efeito dos traços de personalidade na conversão de transtornos depressivos unipolares para bipolares. Método: Foi realizada a análise do impacto da presença de transtornos ou traços de personalidade sobre o desfecho de conversão para o transtorno bipolar através do acompanhamento longitudinal de uma população de indivíduos da cidade de Pelotas, que inicialmente foram incluídos no estudo com diagnóstico de depressão unipolar e foram reavaliados novamente após cerca de 3 anos. Além disso, foi realizada uma revisão sistemática da literatura presente até o momento. Resultados: Dois artigos foram elaborados sobre a referida temática, sendo que um deles foi um estudo prospectivo e o outro uma revisão sistemática a partir das principais bases de dados disponíveis atualmente. De modo geral, os achados do nosso estudo, explorados no estudo de coorte prospectivo, mostram que a presença de transtornos de personalidade do Cluster B aumenta o risco de conversão para o transtorno bipolar. Por outro lado, a revisão sistemática identificou a existência de poucos estudos sobre o assunto, não havendo um consenso na literatura sobre os transtornos de personalidade serem ou não um fator de risco para conversão diagnóstica. Os artigos encontrados, inclusive, foram bastante heterogêneos, impossibilitando a elaboração de um resultado meta-analítico, como era o intuito inicial. Conclusão: Por fim, nosso estudo de coorte prospectivo apontou para provável associação entre alguns tipos de personalidades com maior risco de conversão para o transtorno bipolar, embora a revisão sistemática tenha mostrado que não existe um consenso claro quanto a isso. Na prática, esse achado sustenta a ideia intuitiva, já existente na clínica, de que alguns perfis de personalidade se relacionam a maior risco para conversão e que, portanto, apontam para maior necessidade de cautela na condução do tratamento. A importância desses resultados é que eles podem contribuir para suspeita de um maior risco de conversão e, portanto, para um possível diagnóstico mais precoce de transtorno bipolar, o que pode gerar grande impacto para o prognóstico e evolução dessa doença. É importante ressaltar que, por nossos achados não serem sustentados de forma consensual por outros estudos, há necessidade de maior investigação quanto a essa relação encontrada.