Sujeitos, cores e entraves: uma etnografia virtual e pandêmica do Conselho Municipal de Direitos da Cidadania LGBT de Pelotas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vicenzi, Piero Dutra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas
Brasil
UCPel
Programa de Pos-Graduacao em Politica Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/935
Resumo: Esta dissertação parte da denúncia da violência física, moral e legal contra a população LGBTI+ no Brasil para situar o pano de fundo de um dos movimentos sociais de maior expressão no país, o Movimento LGBTI+. Inicialmente, discute-se a biopolítica expressa em uma necropolítica que expõe vidas ao poder da morte e a condições precárias e a resistência cotidiana de gerações de ativistas LGBTI+ em uma trajetória de mais de 40 anos de atuações sociopolíticas. Após compreender os contextos nacionais anteriores, isto é, “de onde viemos”, delimitam-se caminhos exploratórios e analíticos a fim de desenvolver uma etnografia virtual e pandêmica do Conselho Municipal de Direitos da Cidadania LGBT de Pelotas. Nesse sentido, a pesquisa aborda uma breve revisão bibliográfica sobre conselhos gestores de políticas públicas antes de avançar em direção ao objeto de estudo e esboçar “para onde vamos”. Ao observar as reuniões do Conselho e entrevistar conselheiras/os membros da Câmara Diretiva, o encontrado foi diferente do esperado, possivelmente por se tratar de um estudo realizado durante uma pandemia, com dinâmica remota e on-line. No entanto, destaca-se o lugar de fala das/os conselheiras/os, que confere legitimidade ao espaço destinado para a sociedade civil dentro do órgão e oportuniza a luta por um efetivo lugar de escuta no município. Por fim, o Conselho Municipal de Direitos da Cidadania LGBT de Pelotas se mostra como referência aos LGBTI+, além de munir as/os ativistas locais com o poder paritário, possibilitar formações sociopolíticas aos demais cidadãos e produzir dados acerca da população LGBTI+ de Pelotas com intuito de melhor manejar as políticas públicas municipais. Apesar de embates e adversidades, tanto internas, quanto externas, a luta coletiva se mostra como um caminho para construir outras sociabilidades possíveis aos LGBTI+ pelotenses, com mais acesso à saúde, educação, empregabilidade e menores índices de violência. A pesquisa ainda ressalta a urgência de mais espaços de diálogo entre LGBTI+ e Estado, seja no âmbito municipal, estadual ou federal, pois o cenário necropolítico brasileiro expõe populações LGBTI+ cada vez mais a condições precárias e desarticuladas.