As vogais médias no espanhol de Montevidéu e da fronteira com o Brasil
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas# #-8792015687048519997# #600 Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Letras# #8902948520591898764# |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/721 |
Resumo: | O principal objetivo desta Tese é a descrição, a análise e a formalização do comportamento das vogais médias no uso da língua espanhola por falantes uruguaios residentes na cidade de Rio Branco, que faz fronteira com a cidade brasileira de Jaguarão, e por falantes da língua residentes em Montevidéu, capital do Uruguai. O ponto central do estudo está nos contextos apontados pela literatura sobre a fonética e a fonologia do espanhol como favorecedores do abaixamento das vogais médias da língua. O recorte do tema encontrou justificativa na relevância de verificar-se como se dá o comportamento das vogais médias do espanhol do sul da América Latina, em seu funcionamento sincrônico, particularmente observando-se se mantém a tendência ao abaixamento das vogais médias nos contextos apontados por Navarro Tomás já em 1918, enquanto a escolha das duas cidades foi motivada pelo fato de uma delas fazer fronteira com o Brasil, possibilitando a avaliação do contato do espanhol com o português. A investigação do fenômeno em região de contato linguístico mostra particular interesse pelo fato de ser diferente o número de vogais médias nos dois sistemas: a fonologia do português integra sete vogais, incluindo quatro vogais médias (/e/, /E, /o/, /O/), e a fonologia do espanhol apresenta cinco vogais, contendo apenas duas vogais médias (/e/, /o/). O foco da pesquisa exigiu a constituição de dois corpora, cada um com dados de 12 informantes de cada cidade investigada, tendo sido controladas as variáveis extralinguísticas relativas à faixa etária e ao sexo. Os dados, obtidos por meio da aplicação de instrumento especificamente proposto para o presente estudo, foram submetidos a uma análise acústica com a utilização do software PRAAT (BOERSMA & WEENINK, 2013), para a medição de F0, F1 e F2 das vogais médias produzidas pelos informantes, embora nos resultados tenham sido considerados somente o F1 e o F2. A análise acústica dos dados de produção desta pesquisa confirmaram as duas hipóteses propostas para o estudo, uma vez que: (a) a tendência ao abaixamento das vogais médias, no espanhol dos dias de hoje, se mantém nos contextos apontados por Navarro Tomás ([1918], 1965), mas não de forma categórica e com diferentes índices considerando-se os diferentes tipos de contexto avaliados e (b) o espanhol falado em cidade que faz fronteira com o Brasil sofre influência do português e, portanto, o abaixamento das vogais médias nos contextos referidos pela literatura apresenta índices maiores do que no espanhol de Montevidéu; essa influência ocorre porque a fonologia do português, diferentemente da gramática do espanhol, contém vogais médias baixas. Os resultados foram formalizados na Teoria da Otimidade Estocástica, que é modelo cujos fundamentos permitem o tratamento de dados linguísticos variáveis. A relação entre restrições de Fidelidade e Marcação representou com acuidade o fragmento da gramática do espanhol relativo às vogais médias, possibilitando a formalização do fenômeno variável do abaixamento desses segmentos vocálicos da língua. |