UMA ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE CARNAVALIZAÇÃO UTILIZADAS POR ARNALDO JABOR NA CRÔNICA POLÍTICA SOBRE GEORGE BUSH E OSAMA BIN LADEN
Ano de defesa: | 2007 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Letras BR Ucpel Mestrado em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/9 |
Resumo: | O objetivo desta pesquisa é analisar a carnavalização nas crônicas de fundo político de Arnaldo Jabor, procurando discutir de que maneiras e de que estratégias o autor se utiliza para dar à crônica um teor humorístico e para a construção da ironia. A fundamentação teóricomedotodológica insere-se na linha dialógica da linguagem e dos gêneros do Círculo de Bakhtin, bem como procura trazer para o texto a visão da Análise Crítica do Discurso a respeito de gênero, e contribuições mais específicas a respeito da construção da ironia. Os dados de pesquisa constituem-se de quatro crônicas do escritor e jornalista Arnaldo Jabor, publicadas entre 2002 e 2004 em jornais de circulação nacional (Jornal O Globo e Jornal O Estado de São Paulo), referindo-se todas ao conflito entre Estados Unidos e o mundo islâmico, personificados na figura do presidente americano George W. Bush e do taliban Osama Bin Laden, respectivamente. A metodologia de análise baseou-se na metodologia proposta por Hutcheon (2000) que sugere que esta se realize sob três perspectivas: circunstancial, textual e intertextual de maneira a contemplar uma análise mais profunda do texto, observando suas relações com o contexto de produção e enunciação. Desta forma, entende-se o contexto circunstancial como a situação de enunciação e o contexto comunicativo, fato que motivou uma reflexão a respeito dos veículos de publicação das crônicas, sua linha jornalística, seu leitor padrão, o espaço de publicação da crônica, o momento sócio-histórico da enunciação e da carreira do próprio autor, já que é a voz deste que se mobiliza por trás do texto, constituindo, antes de tudo o ironista. Ainda dentro do contexto circunstancial, pareceu-nos necessário realizar uma breve discussão a respeito da corrente jornalística que recebeu o nome de new journalism e que demonstrou influenciar o contexto de produção. No que se refere ao contexto textual, observou-se a seleção lexical, opções gramaticais, mecanismos de coesão e estrutura do texto como um todo, bem como de estratégias de construção dos personagens para se perceber o agenciamento do humor e da ironia, bem como a vinculação entre as crônicas e carnavalização. Finalmente no contexto intertextual voltou-se uma maior atenção para a relação dialógica entre as crônicas e entre as crônicas e os já-ditos socialmente compartilhados. A análise dos dados de pesquisa apontou para a articulação de três tipos de ironia: lúdica, analisadora de conteúdo e de oposição, o que reflete o fato de que o autor, ao mobilizar a ironia, o faz não apenas para instituir o riso popular, o humor, mas também para levar o leitor a uma re-análise de fatos observados na história mundial recente, os quais se encontram entre os já-ditos do leitor previsto das crônicas. Para tanto, Jabor apropria-se de um uso particular da linguagem comum , criando efeitos paródicos e carnavalizados que parecem contribuir tanto para emergência do humor, quanto da ironia |