Limites e desafios do acesso ao alimento agroecológico: a Feira Virtual Bem da Terra como estratégia de comercialização solidária
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Politica Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/838 |
Resumo: | A agricultura mundial passou por inúmeras transformações ao longo do tempo devido à imposição da Revolução Verde, seguida pelo processo de mundialização do capital. Nos lugares em que essa Revolução se impôs, por meio da mecanização, produziu a expulsão de milhares de famílias, pelos insumos químicos do pacote tecnológico (fertilizantes químicos, agrotóxicos e sementes transgênicas); também promoveu a devastação de diversos biomas, degradou os solos, poluiu as águas e contaminou os alimentos. Com o avanço do capital financeiro ocorreu a solidificação e o aprofundamento da hegemonia das grandes corporações transnacionais do setor agroalimentar mundial, distanciando quem produz e quem consome, consolidando o processo de subordinação e dependência da agricultura à lógica do capital (lucro) e acarretando graves consequências para ambos. Com o agronegócio este processo acentuou-se; o objetivo dos empresários, donos de grandes latifúndios, é a prática da monocultura para exportação de commodities, o que torna o alimento uma mercadoria. Esse processo se torna especialmente perverso nos países do Sul Global, que mais sofrem as consequências desse sistema, pois tem seus recursos e trabalhadores explorados para exportar para os países avançados economicamente. Porém, apesar desse cenário desanimador, surgiram diferentes formas de produção, comercialização e consumo de alimentos agroecológicos, ao mesmo tempo em que o consumidor ganha centralidade nesse processo. Este trabalho analisou os limites e desafios no acesso ao alimento agroecológico a partir da comercialização da Feira Virtual Bem da Terra, que consiste em um Grupo de Consumo Responsável, articulando produtores e consumidores. A pesquisa consiste em um estudo crítico de natureza qualitativa e exploratória que combinou pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa empírica, com estratégias metodológicas participativas como a observação participante. O resultado apontou que a experiência da Feira contribui para o acesso ao alimento agroecológico para a maioria dos consumidores ativos, pois eles manifestaram atingir de maneira fácil a cota mínima de consumo por trimestre e uma considerável parcela deles consome alimentos da Feira todos os ciclos. No entanto, para a população dos bairros periféricos, este acesso ainda é bastante limitado, necessitando sua expansão. Ademais, constatou-se que os atores envolvidos na dinâmica da Feira são, em grande parte, críticos, responsáveis e comprometidos com o processo de autogestão. Portanto, a FVBDT é uma experiência, dentre outras tantas em construção, que explicita outra forma de produção e consumo, que visa a transformação social através da redução das desigualdades e das injustiças sociais. |