Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Carlos Alberto Rodrigues de
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Orientador(a): |
Marqueze, Elaine Cristina
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Banca de defesa: |
Baleiro, Laura Cristina Tibiletti,
Nehme, Patricia Xavier Soares de Andrade,
Marqueze, Elaine Cristina |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Católica de Santos
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Programa de Pós-Graduação: |
Mestrado em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://tede.unisantos.br/handle/tede/7927
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Resumo: |
Introdução: As interações entre os relógios circadianos e os principais mediadores da inflamação crônica de baixo grau, associados ao consumo de gorduras, podem ser importantes na manutenção da homeostase metabólica, assim como um risco para o desenvolvimento de comorbidades associadas à obesidade, especialmente, diabetes tipo 2 (DM2). Objetivos: Avaliar os efeitos da suplementação de melatonina nos marcadores de risco de diabetes, de acordo com o perfil lipídico da dieta (pró-inflamatório versus anti-inflamatório) em trabalhadoras noturnas com excesso peso. Adicionalmente, avaliar o efeito da suplementação no perfil de consumo de gorduras. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado, controlado, duplo cego, do tipo crossover com 27 profissionais de enfermagem que trabalhavam em turnos noturnos fixos. O grupo melatonina fez o uso da melatonina sintética (3 mg) somente nos dias de folgas e entre os plantões, ou seja, nos dias em que as mesmas realizaram o sono durante a noite, por um período de 12 semanas. O grupo placebo foi orientado a fazer uso de um comprimido idêntico à melatonina, pelo mesmo período, mas esse era placebo. As participantes preencheram diários alimentares em um dia típico de trabalho e um dia típico de folga no baseline e todos os meses da intervenção, totalizando seis meses. Utilizou-se o software Nutrition Data System for Research (versão 2007) para a avaliação do perfil dietético. O perfil de gorduras dietéticas levou em consideração: gorduras saturadas, monoinsaturadas, poli-insaturadas, trans, colesterol, ácido eicosapentaenoico (EPA) + ácido docosaexaenoico (DHA) e total. Para a caracterização dos ácidos graxos pelas características inflamatórias foram somados as médias de consumo em gramas dos lipídios da dieta do dia de trabalho e de folga, ou seja, no baseline e ao final da primeira e segunda fases do estudo. Posteriormente, foram agrupados conforme a classificação: pró-inflamatórios (gorduras saturadas, gorduras trans e colesterol) e anti-inflamatórios (gorduras monoinsaturadas, poli-insaturadas, EPA+DHA). No baseline e ao final de cada fase do estudo foi realizada a coleta de sangue em jejum para determinação das concentrações plasmáticas de glicemia, insulina, hemoglobina glicada (HbA1c) e HOMA-IR. Para avaliar o efeito da suplementação da melatonina no perfil do consumo de gorduras e nos marcadores de risco DM2, de acordo com o perfil lipídico da dieta, realizou-se um modelo linear generalizado, tendo como variáveis de ajuste a idade, o tempo total de trabalho noturno e o índice de massa corporal (IMC). As análises estatísticas foram realizadas nos softwares Statistica 12.0 e STATA 14.0. Resultados: A idade média das participantes era de 37,1 anos (DP 5,9 anos) e o IMC médio de 29,9 kg/m² (DP 3,3 kg/m²). O tempo médio de trabalho no hospital era de 7,9 anos (DP 3,8 anos) e no trabalho noturno na instituição a mediana era de 5,3 anos (AIQ 2-4 anos). No baseline a média da glicemia, insulina e HbA1c estavam dentro das faixas de referências preconizadas e a mediana do HOMA-IR foi de 3,1 (AIQ 2,0-4,8), valor superior ao recomendado. Sobre as gorduras totais da dieta, 81,5% das participantes apresentaram consumo dentro das recomendações (20-35%), sendo a mediana do consumo de 60,6 g/dia de gorduras (AIQ 28,6-72,7 g/dia). A suplementação de melatonina não modificou o perfil do consumo de gorduras (saturada, trans, poli-insaturadas, monoinsaturadas, EPA+DHA e colesterol), e também não influenciou os marcadores de risco de DM2, segundo o consumo de gorduras pró-inflamatórias e anti-inflamatórias ou gorduras totais. Conclusão: Em suma, a suplementação de melatonina por 12 semanas não teve efeito sobre os marcadores de risco do DM2, de acordo com o perfil de gorduras dietéticas (potencial pró-inflamatório ou anti-inflamatório) em trabalhadoras noturnas com excesso de peso. A melatonina também não modificou o perfil de consumo de gorduras ao longo da intervenção, seja para gorduras totais, dicotomizadas em anti-inflamatórias ou pro-inflamatórias, ou isoladas. |