Efeito da melatonina exógena sobre o padrão alimentar de trabalhadoras noturnas com excesso de peso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nogueira, Luciana Fidalgo Ramos lattes
Orientador(a): Marqueze, Elaine Cristina lattes
Banca de defesa: Nehme, Patrícia, Balieiro, Laura, MArot, Luisa, Vicaria , Carolina
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Saúde Coletiva
Departamento: Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7951
Resumo: Introdução: A melatonina é um hormônio pineal essencial para a organização temporal interna dos ritmos circadianos e do metabolismo energético. Os ritmos biológicos estão intimamente ligados ao comportamento alimentar, no entanto, o papel da suplementação de melatonina exógena sobre a ingestão alimentar ainda não foi esclarecido. Objetivos: 1) Sintetizar os resultados de ensaios pré-clínicos e ensaios clínicos controlados, randomizados, duplo-cegos sobre os efeitos da suplementação de melatonina exógena no consumo alimentar e hormônios reguladores do apetite; 2) Determinar o intervalo entre a última refeição realizada e a hora de dormir, bem como sua relação com parâmetros de sono diurno e noturno, bem como a adequação nutricional desta refeição; e 3) Avaliar os efeitos da suplementação de melatonina exógena nos aspectos quali-quantitativos e na distribuição temporal da ingestão alimentar de trabalhadoras noturnas com excesso de peso, segundo o desalinhamento circadiano e cronotipo. Métodos: Para responder ao primeiro objetivo, uma revisão sistemática de ensaios pré-clínicos e clínicos foi realizada. Para os objetivos 2 e 3, um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, crossover, controlado por placebo foi conduzido com 27 profissionais de enfermagem do sexo feminino, com excesso de peso, que trabalhavam em turnos noturnos fixos (idade: 37,1 [EP 0,6] anos, IMC: 29,8 [EP 0,4] kg/m², tempo total de exposição ao trabalho noturno: 9.1 [EP 0,7] anos). As participantes foram aleatoriamente alocadas para o grupo intervenção (3 mg de melatonina de liberação rápida por 12 semanas) e controle (12 semanas de placebo). Os aspectos qualitativos (nível de processamento), quantitativos (ingestão calórica total e percentuais de macronutrientes) e temporais (horários das refeições) da alimentação foram obtidos por diários alimentares no baseline e após cada fase de intervenção. Resultados: A influência da melatonina exógena sobre a ingestão alimentar apresenta resultados heterogêneos na literatura, e o número de ensaios clínicos é limitado. No presente estudo, nenhuma alteração significativa no consumo calórico, distribuição de macronutrientes, tipos de alimentos consumidos e horários de alimentação foi observada após a suplementação de melatonina nem do placebo. Diferentes padrões de desalinhamento circadiano e cronotipo não interferiram nos resultados. Considerações finais: Aspectos quali-quantitativos e distribuição temporal da dieta de trabalhadoras noturnas com excesso de peso não sofreram modificação após a suplementação de melatonina. Assim como verificado pela em estudos prévios, estes resultados sugerem que os efeitos metabólicos da melatonina podem ocorrer independentemente da ingestão alimentar.