Estudo do papel da melatonina na variação diária da sinalização insulínica e do metabolismo energético em ratos espontaneamente diabéticos tipo 2 (Goto-Kakizaki).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva Junior, José Sinesio da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42137/tde-14012022-164204/
Resumo: O presente estudo teve por objetivo avaliar a variação diária da via da sinalização insulínica e sua possível regulação pela suplementação de melatonina na dosagem de 3 mg/kg/dia, por três meses, em animais espontaneamente diabéticos do tipo II (Goto Kakizaki). Para tanto, os animais receberam melatonina diluída na água de bebedouros que ficaram disponíveis na fase de escuro do ciclo diário de iluminação, por três meses, iniciando-se a partir da décima semana de vida. Os grupos experimentais Controle, GK (Goto Kakizaki) e GK + Mel (Melatonina), alojados sob ciclo de claro-escuro, 12h: 12h, receberam água e alimento à vontade e ao final do experimento foram eutanasiados de 4 em 4 horas ao longo 24 horas nos ZTs 0, 4, 8, 12, 16, 20, 24 (ZT 12 = transição do claro para o escuro). Os resultados demonstram que a suplementação com melatonina não alterou o peso corporal, mas aumentou o consumo alimentar do grupo GK + Mel quando comparado com o grupo GK. A suplementação com melatonina não alterou as diferenças entre os pesos dos depósitos adiposos branco e marrom apresentadas pelos animais diabéticos em relação aos animais controle. O GTT e ITT apresentaram uma variação dependente do ZT analisado, sendo que no ZT 2 os grupos GK e GK + Mel apresentaram intolerância à glicose e resistência insulínica quando comparado com grupo controle. Por outro lado, no ZT 14 os animais GK + Mel apresentaram uma melhora significativa da tolerância à glicose e da sensibilidade insulínica quando comparado com o grupo GK. Quanto a análise da expressão gênica (qPCR) diária de alguns genes da via de sinalização insulínica no fígado, demonstrou-se que a expressão do gene do receptor de insulina (Ir) nos grupos GK foi estatisticamente menor que a do grupo controle no ZT 24, possivelmente indicando que a resistência insulínica desse modelo experimental poderia ser a soma da hiperinsulinemia e a menor expressão gênica do receptor de insulina, ambos ocorridos no ZT 24. Já no músculo esquelético sóleo, a expressão gênica do Ir e Slc2a4 foi significativamente menor nos animais diabéticos, corroborando com os dados encontrado no fígado. Em ambos os casos, o tratamento com melatonina não alterou o quadro apresentado pelo animal diabético. No entanto, quanto à expressão proteica da pAKT no fígado após estímulo com insulina, demonstrou-se que a suplementação com melatonina melhorou o estado de fosforilação do AKT no ZT 2, tornando-a similar ao grupo controle. Com base nesses dados, podemos afirmar que a suplementação com melatonina foi capaz de melhorar os resultados do GTT e ITT no ZT 14 e o estado fosforilação da AKT do fígado no ZT 2, demonstrando assim que a melatonina pode ter um papel importante na regularização do quadro de resistência insulínica apresentada por esses animais.