Representações sociais sobre a prática pedagógica : educação inclusiva nos anos finais do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gil, Silvania Maria da Silva lattes
Orientador(a): Abdalla, Maria de Fátima Barbosa lattes
Banca de defesa: Abdalla, Maria de Fátima Barbosa, Monfredini, Ivanise, Rosito, Margaréte May Berkenbrock, Pinto, Alexandre Saul
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Educação
Departamento: Centro de Ciências da Educação e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/6601
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar as representações sociais dos professores dos anos finais do ensino fundamental sobre as práticas pedagógicas voltadas, em especial, para a aprendizagem de estudantes com deficiência no âmbito da educação inclusiva. A partir da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) e da proposta de inclusão plena, a pesquisa desenvolvida se articula com o projeto de pesquisa maior desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa/CNPQ ¿Instituições de Ensino: políticas e práticas pedagógicas¿, e que integra, também, o Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais e Subjetividade em Educação/CIERS-Ed/FCC, Cátedra UNESCO de ¿Profissionalização Docente¿. Trata-se de um estudo que propõe reflexões sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas no contexto da sala de aula para estudantes com deficiência matriculados nas salas comuns. Fundamenta-se: na Teoria das Representações Sociais/TRS (MOSCOVICI, 2012, 2015) e em Abric (1996) e Marková (2006, 2017), entre outros que aprofundam questões em torno desta TRS; nos dispositivos legais referentes à educação especial na perspectiva de educação inclusiva; em autores que se dedicam à educação inclusiva (MANTOAN, 2001, 2002, 2003, 2010, 2014, 2018; Jannuzzi, 2004; Kasssar, 2012 e outros); e, também, em estudos e pesquisas que se referem à análise das práticas pedagógicas, aos saberes da docência, às pedagogias de inclusão, destacando: Nóvoa (1991, 1995); Altet (1994, 1997, 2000, 2017); Abdalla (2006, 2008, 2011, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019), Franco (2012) e Almeida e Abdalla (2017), entre outros. A pesquisa se desenvolve por meio das seguintes etapas: 1ª revisão bibliográfica, 2ª aplicação de questionário e da técnica de evocação para 16 professores atuantes nos anos finais do Ensino Fundamental com 26 questões fechadas; 3ª observação de sala de aula, dos professores e suas práticas; e 4ª entrevistas com 03 professores, que participaram das etapas anteriores, a fim de retomar determinadas questões e aprofundá-las. Os resultados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 1977) e dos referenciais teórico-metodológicos já mencionados, e se configuram em duas dimensões de análise: Gestão didático-epistêmica das aprendizagens, que desenvolve a categoria de análise ¿Organização das práticas¿ e suas respectivas unidades de sentido; e Representações sociais dos professores sobre suas práticas, nas turmas que têm alunos com deficiência, que analisa a categoria ¿Espaço do diálogo¿ e suas unidades de sentido. Dentre os principais resultados encontrados, destacam-se, em relação à organização das práticas, que os professores: a) buscam exercer uma prática voltada à aprendizagem dos estudantes, de forma organizada intencionalmente; entretanto, consideram que há necessidade de se criarem ambientes educacionais inclusivos, em que a pedagogia da inclusão prevaleça; b) enfrentam os valores e as tensões geradas pela demanda, apresentando certa resistência à imposição controladora do Estado em atendimento às diferenças; c) embora os professores acreditem no currículo diferenciado da Escola de Tempo Integral, consideram que o mesmo não atende aos estudantes com deficiência, e carregam consigo a representação de que o ideal seria que eles estivessem em escolas específicas. Quanto às representações sociais dos professores sobre o domínio de suas práticas, especialmente, em relação ao espaço do diálogo, os professores consideram que: a) têm autonomia para inovar suas práticas, desde que cumpram as habilidades determinadas pela rede de ensino; b) precisam ter paciência para ensinar estudantes com deficiência, identificando um diálogo tensionado, por não entender o que este Outro diz; c) a escola deve propiciar uma participação de forma democrática e coletiva, no desenvolvimento de práticas mais inclusivas contra a desigualdade social; e d) há necessidade de uma formação de professores para atuarem de forma mais efetiva e significativa em escolas inclusivas. Com efeito, espera-se com este trabalho contribuir com estudos e pesquisas na área da educação inclusiva, em especial, ao tratar de práticas pedagógicas de inclusão para a aprendizagem de estudantes com deficiência.