Perfil epidemiológico das internações hospitalares em dois municípios do Estado do Pará com características ambientais distintas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Brito Filho, Mauro Francisco lattes
Orientador(a): Braga, Alfésio Luís Ferreira lattes
Banca de defesa: Braga, Alfésio Luís Ferreira, Martins, Lourdes Conceição, Cirino, Fabricio dos Santos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Saúde Coletiva
Departamento: Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7544
Resumo: Introdução: As ações antropogênicas no meio ambiente sabidamente podem levar ao adoecimento da população que depende diretamente ou indiretamente daquele sistema. Essa preocupação com as condições ambientais e os efeitos na saúde é observado desde a antiguidade, e destaca que os problemas ambientais andam em paralelo com os problemas de saúde, pois o homem e a sociedade são afetados em diversas dimensões. Sabemos que as alterações ambientais oriundas das ações do homem, tem reflexo direto sobre a qualidade de vida da sociedade, maximizando risco de exposição às doenças. Os impactos relacionados as novas formas de vida, tem aumentado os perfis de exposição as substâncias químicas, compartimentos ambientais contaminados e outros processos destrutivos, que de forma acumulativa se expressam em um novo perfil epidemiológico. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos pacientes internados em dois locais com diferentes exposições ambientais no estado do Pará. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal analítico. Foram utilizados dados de internação hospitalar no SUS de moradores de municípios com dimensão e população equivalente, porém, com fontes de economia e meio de subsistência diferentes: Parauapebas fica na região do Sudeste do Estado do Pará; e Castanhal na região metropolitana de Belém. Os dados coletados se referem ao período de janeiro de 2015 a dezembro de 2019. Dados de saneamento básico das duas regiões foram coletados por meio do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi realizado a análise descritiva de todas as variáveis do estudo, em termos de seus valores absolutos e relativos. Para testar associações entre variáveis qualitativas foram utilizados o teste de Qui-quadrado de Pearson e/ou o teste exato de Fisher. Foram calculadas as prevalências por grupo de doenças, estratificadas por sexo e idade. Foram calculadas as razões de prevalência, assumindo-se a região de Carajás, mais especificamente Parauapebas, como a região exposta e a região Metropolitana de Belém, mais especificamente Castanhal, como a não exposta a contaminantes ambientais. O nível de significância dotado em todos os testes foi de 5%. O pacote estatístico utilizado foi o SPSS 24.0 for Windows. Resultados: No período estudados foram registradas 97.328 internações nos dois municípios, sendo 55.737 internações em Castanhal e 41.591 internações em Parauapebas. Aproximadamente 63,2% das internações foram de pacientes do sexo masculino com as internações de mulheres representando 36,8% dos registros. Observa-se que, após 2016, o número de internações cresceu ao longo dos anos com o município de Castanhal apresentando uma tendência de crescimento aparentemente linear. Em Parauapebas também ocorreu um aumento anual nas internações a partir de 2016 com uma tendência de queda no último ano da série. Em Castanhal, além dos casos relacionados a gravidez, parto e puerpério (O00 ¿ O99), que são os eventos mais frequentes com prevalência de 28,7 %, as internações por lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas (S00-S99) com prevalência de 10,7% e aquelas causadas por doenças respiratórias (J00-J99) com prevalência de 10,3% são os dois grupos mais frequentes de internações, seguidos pelas doenças do sistema digestório (K00-K99) com prevalência de 7,6%. Em Parauapebas predominaram as internações relacionados a gravidez, parto e puerpério (O00 ¿ O99) com prevalência de 42,2%. Depois ficaram aquelas relacionadas às lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas (S00-S99) com prevalência de 13,2%, e as ocasionadas por doenças do aparelho digestório (K00-K99) com prevalência de 7,1% e as doenças do aparelho respiratório (J00-J99). Conclusões: Podemos concluir que em dois municípios ambientalmente distintos encontramos perfil de comorbidades diferentes, e mesmo naqueles capítulos que foram semelhantes em ambos os locais, a porcentagem de crescimento foi maior na cidade considerada exposta.