Avalia??o de resultado em psicoterapia com adultos : evid?ncias de validade da escala outcome questionnaire short form (oq-10.2) para o Brasil
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul
Escola de Ci?ncias da Sa?de e da Vida Brasil PUCRS Programa de P?s-Gradua??o em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8934 |
Resumo: | Introdu??o: O Outcome Questionnaire Short Form (OQ-10.2) ? uma escala americana de autorrelato que avalia o funcionamento psicol?gico geral do paciente, incluindo ambos aspectos positivos e negativos, sem a expectativa de que a pontua??o revele um diagn?stico psiqui?trico. Este instrumento ? uma vers?o abreviada de f?cil e r?pida aplica??o do Outcome Questionnaire (OQ-45), o qual foi concebido e ? utilizado para avalia??o de desfecho em psicoterapia. O OQ-10.2 apresenta boas propriedades psicom?tricas em estudos conduzidos em seu pa?s de origem e ? composto por duas subescalas ? bem-estar psicol?gico e sofrimento psicol?gico (Lambert et al., 1997). Objetivo: O objetivo deste estudo ? traduzir, adaptar e investigar evid?ncias de validade para o portugu?s brasileiro do OQ-10.2. M?todo: O estudo descreve os procedimentos adotados na tradu??o, adapta??o transcultural e na investiga??o das evid?ncias de validade do OQ-10.2, abordando como as dimens?es do instrumento correlacionam-se entre si e com as demais escalas coletadas. Os procedimentos para tradu??o e adapta??o seguiram o processo padronizado recomendado pela equipe editorial da OQ Measures (Wild et al., 2005), composto pelas seguintes etapas: duas tradu??es independentes a partir do instrumento original para o portugu?s; a s?ntese das duas tradu??es realizada por um terceiro tradutor; a avalia??o da clareza, relev?ncia e representatividade dos itens por um comit? de experts, seguido de um ajuste sem?ntico; a tradu??o reversa para o idioma original por um quarto tradutor que foi enviada para aprova??o dos autores originais; um estudo piloto com a popula??o-alvo; e finalmente, o estudo formal com o instrumento em portugu?s. Para a valida??o e an?lise das propriedades psicom?tricas do OQ-10.2 participaram deste estudo 235 adultos, 45 homens (19,1%) e 189 mulheres (80,4%), com idades entre 18 e 63 anos (M=28,82; DP=9,25). Destes sujeitos 71,1% eram solteiros, 14,0% casados e 11,1% estavam em uma uni?o est?vel e 3,8% eram separados ou divorciados. O grau de escolaridade predominante foi Ensino Superior Incompleto, com 40,0%; seguidos de Ensino Superior Completo com 22,1%; P?s-gradua??o Completa com 19,6%; P?s-gradua??o Incompleta com 11,1%; Ensino M?dio Completo com 6,0%; e, por fim, Ensino M?dio Incompleto com 1,3%. Foram aplicados o Question?rio de Dados Sociodemogr?ficos, o OQ-10.2, o Depression Anxiety and Stress Scale Short Form (DASS-21), a Escala de Autoestima de Rosenberg (RSS)e a Escala de Satisfa??o com a Vida (SWLS). Os participantes foram selecionados por buscarem o servi?o de atendimento de uma institui??o de ensino em psicoterapia psicanal?tica; e por conveni?ncia e bola de neve em uma coleta online atrav?s do site Qualtrics. Atendendo ?s Diretrizes e Normas Regulamentadoras envolvendo a pesquisa com seres humanos previstas nas Resolu??es n? 466/2012 e n? 510/2016 do Conselho Nacional de Sa?de (2012;2016) e na Resolu??o n? 016/2000 do Conselho Federal de Psicologia (2000), este estudo resguardou os cuidados ?ticos que asseguram o anonimato no tratamento dos dados e na divulga??o dos achados desta pesquisa e a inexist?ncia de qualquer tipo de dano aos participantes. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comit? de ?tica da Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul (PUCRS) sob o n?mero CAAE: 82075318.6.0000.5336. A fim de investigar evid?ncias de validade da estrutura interna do instrumento an?lises fatoriais e paralelas foram conduzidas por meio do pacote psych (Revelle, 2018) do software R. Foi realizada uma an?lise fatorial explorat?ria com rota??o obliqua (promax) (Kaiser, 1958). Para calcular o ?ndice geral de sofrimento psicol?gico, foi utilizada uma an?lise de componentes principais (Principal Component Analysis, PCA), for?ando-se a extra??o de um componente. O software R tamb?m foi utilizado para calcular os alfas de Cronbach da escala geral e das duas subescalas. A an?lise de rede (Epskamp & Fried, 2018) foi utilizada para investigar o padr?o de relacionamento entre os itens do OQ-10.2. De modo complementar a an?lise de rede, foi conduzida uma an?lise de comunidades (Robinaug, Millner & McNally, 2016). Tamb?m foram investigadas as evid?ncias de validade com rela??o a vari?veis externas tendo sido estimadas a correla??o bivariada e a correla??o parcial por meio da an?lise de rede. Ainda foram realizadas an?lises de correla??o de Spearman do OQ-10.2 com escalas de autoestima; satisfa??o com a vida; e sintomas de estresse, ansiedade e depress?o. Resultados: A an?lise paralela, realizada com o software R, sugeriu a presen?a de dois fatores na escala OQ-10.2 - bem-estar psicol?gico e sofrimento psicol?gico. A correla??o entre os dois fatores foi de r = -0,65. Apenas um item (9), apresentou carga cruzada na an?lise fatorial, e sua perman?ncia na subescala de sofrimento psicol?gico encontrou subs?dios na an?lise de rede e comunidades. Com o objetivo de se estimar um ?ndice de sofrimento psicol?gico foi calculado um componente principal. O instrumento apresentou uma boa consist?ncia interna com alfa de Cronbach de 0,88 para a escala total; 0,87 para a subescala de bem-estar psicol?gico; e 0,77 para a subescala de sofrimento psicol?gico. A an?lise de rede utilizada para investigar a estrutura e a din?mica dos itens do OQ-10.2 confirmou a presen?a de dois fatores e exibiu dire??es de associa??es entre os itens adequadas considerando as subescalas as quais pertencem. O item que apresentou maior centralidade (closeness) (Robinaug et al., 2016) foi o item 8 (?Eu me sinto triste?) e os itens com maior medida de influ?ncia esperada (expected influence) foram os itens 3 (?Eu estou satisfeito com a minha rela??o com outras pessoas?) e 2 (?Eu estou satisfeito com minha vida?). Para investigar evid?ncias de validade com rela??o a vari?veis externas foram realizadas an?lises de correla??o com os instrumentos mencionados acima. Associa??es negativas com vari?veis de autoestima (RSS) e satisfa??o com a vida (SWLS) e associa??es positivas com vari?veis psicopatol?gicas (DASS-21) foram observadas e eram esperadas. Todas as correla??es foram significativas (<0,01) e confirmaram hip?teses iniciais. A an?lise de rede tamb?m foi utilizada para investigar a rela??o entre o OQ-10.2 e os instrumentos mencionados acima. Discuss?o: Considerando a presen?a de dois fatores, questiona-se a utiliza??o da escala como uma medida unidimensional, visto que bem-estar e sofrimento psicol?gico s?o dois construtos diferentes. Com a inten??o de formar uma medida ?til para se avaliar a andamento e o desfecho cl?nico prop?s-se um ?ndice de sofrimento psicol?gico, levando em considera??o as dimens?es de bem-estar e sofrimento. Considerando-se o objetivo do instrumento, as demais an?lises foram realizadas a partir do ?ndice de sofrimento psicol?gico, considerado como uma ?nica medida. O OQ-10.2 apresentou adequados ?ndices de confiabilidade. Rela??es entre os itens e vari?veis que se destacam no instrumento, como sentimento de solid?o, de tristeza e rela??es interpessoais s?o discutidas. A correla??o com vari?veis externas tamb?m corrobora para as evid?ncias de validade do OQ-10.2 como medida de sofrimento psicol?gico. Conclus?o: Foram encontradas evid?ncias de validade do OQ-10.2, quanto a sua estrutura interna e com rela??o a vari?veis externas, para o portugu?s brasileiro. No entanto, sugere-se que estudos sejam realizados investigando seu uso para avalia??o de tratamento psicoter?picos e buscando novas evid?ncias de validade para esta escala que pode vir a ser largamente utilizada pela cl?nica e pesquisa na medica e na psicologia. |