Papel dos receptores histaminérgicos hipocampais na extinção de memórias aversivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Silveira, Clarice Krás Borges da lattes
Orientador(a): Cammarota, Martin Pablo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde
Departamento: Faculdade de Medicina
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/1462
Resumo: Diversos trabalhos experimentais demonstram que o medo é uma resposta adaptativa crucial para a sobrevivência. Assim, as memórias de medo ou aversivas são solidamente armazenadas no cérebro, permitindo aos animais reconhecer e responder adequadamente a situações ameaçadoras. Paralelo à importância de formar e manter memórias associadas a situações aversivas, é fundamental a habilidade de inibir ou extinguir memórias de medo aprendido quando estas já não forem mais relevantes. Dificuldades neste processo de inibição constituem a base de desordens psiquiátricas relacionadas à ansiedade, as quais têm repercussões sociais cada vez mais prevalentes (Jeffrey & Jay, 1998; Quirk & Gehler, 2003; Myers & Davis, 2002). A extinção de memórias constitui um novo aprendizado envolvendo substratos neuroanatômicos, celulares e moleculares, além de requerer expressão gênica e síntese de proteínas em diferentes áreas do cérebro. Tanto o córtex pré-frontal medial como o córtex entorrinal, a amígdala basolateral e o hipocampo desempenham um papel fundamental neste processo (Cammarota et al, 2007). A histamina controla várias funções neurobiológicas e comportamentais. Baseado nestes fatos percebe-se a necessidade de verificar modos de acelerar a extinção ou inibição de memórias aversivas, bem como estudar por qual via de sinalização isso ocorre. O papel do sistema histaminérgico da região CA1 do hipocampo dorsal foi analisado na extinção de memória relacionado à tarefa de esquiva inibitória. Utilizamos ratos machos Wistar de três meses de idade, treinados na tarefa de Esquiva Inibitória (EI) segundo Lattal & Abel (2001). Nesta tarefa durante o primeiro dia (treino) o animal foi colocado na caixa de esquiva e exibiu uma resposta inata exploratória. Após descer da plataforma no interior da caixa, rumo ao assoalho metálico, aprendeu a associar a descida da plataforma com um leve choque aplicado nas quatro patas. No segundo dia (teste) foi permitido ao animal explorar a caixa por um tempo máximo de 600 segundos. Após, o animal foi retirado da caixa e foram infundidos agonista e antagonista dos receptores de histamina H1, H2 e H3 em cânulas bilaterais posicionadas na região CA1 do hipocampo dorsal, de acordo com as coordenadas obtidas no Atlas Paxinos e Watson (1986). Logo em seguida, o animal foi devolvido a sua caixa de moradia. No terceiro dia, os animais foram novamente colocados na caixa da esquiva e foi verificado o tempo de latência (tempo em que o animal demorou a descer da plataforma). A diferença entre o tempo que o animal permaneceu sobre a plataforma na sessão de teste e o tempo que permaneceu sobre a mesma na sessão de treino foi o valor utilizado como medida de aprendizagem. O aprendizado em EI envolve várias habilidades, incluindo percepção espacial e visual, sensibilidade à dor e um componente emocional amplamente modulado por hormônios relacionados ao estresse (Izquierdo & Medina, 1997). Verificamos que a histamina melhora a extinção de memórias aversivas e este efeito parece ser mediado pelo receptor H2.