Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Magrani, Janeide da Silva |
Orientador(a): |
Fregoneze, Josmara Bartolomei |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34032
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Resumo: |
Diferentes grupos de pesquisa têm se dedicado à investigação dos mecanismos cerebrais de controle da sede. O avanço neste campo da Neurociência tem trazido importantes contribuições para a comprensão da regulação da homeostasia hidrossalina, o que pode levar a futuras aplicações clínicas. Desde a década de 1950 tem sido sugerido que a histamina pode atuar como neuromodulador/neurotransmissor no sistema nervoso central, entretanto sua função ainda não é clara, especialmente no que concerne ao controle da homeostasia hidrossalina. Assim o objetivo do presente trabalho foi investigar o papel das vias histaminérgicas centrais no controle da ingestão hídrica e ingestão de água pós-prandial. Foram utilizados quatro modelos de estudo: ingestão hídrica em animais normoidratados, em animais desidratados por privação hídrica e por sobrecarga de sódio e pós-prandial. No primeiro grupo ratos, normoidratados receberam microinjeções bilaterais no núcleo ventromedial hipotalâmico (VMH), de HTMT, agonista específico para os receptores histaminérgicos do tipo H1, nas doses de 100 e 200 nmol e dimaprite agonista para os receptores H2 na dose de 100 nmol. No segundo grupo, animais em privação hídrica por 14 horas "overnight" foram injetados no VMH com mepiramine, antagonista dos receptores histaminérgicos H1, e cimetidine, antagonista específico para os receptores H2 nas doses de 100 e 200 nmol. No O terceiro grupo foi realizado em animais sob desidratação osmótica induzida por sobrecarga da salina hipertônica (solução salina 9% num volume de 10% do peso corporal). Nesses três grupos o volume ingerido pelos animais foi monitorado a cada 15 minutos durante 2 horas. No quarto grupo as 18:00 horas foram aplicadas microinjeçóes de mepiramine e cimetidine na dose de 200 nmol para a investigação da ingestão hídrica pós-prandial. A ingestão alimentar e o volume hídrico ingeridos deste grupo foram monitorados a cada 30 minutos durante as primeiras 4 horas do período noturno e ao fim deste período (6:00 h). Os resultados mostram que a administração dos agonistas histaminérgicos HTMT (100 nmol e 200 nmol), e dimaprita (100 nmol), estimula a ingestão de água em animais normoidratados. No segundo grupo experimental, observou-se que a microinjeção bilateral no VMH de cimetidina e mepiramina (lOOnmol e 200 rmiol), inibe a ingestão de água em animais desidratados por privação hídrica. No terceiro grupo experimental, com animais sob desidratação osmótica, a administração de cimetidina e mepiramina (200 imiol) inibe a ingestão hídrica, sendo que a mepiramina apresentou efeito dipsogênico mais potente. No quarto grupo experimental, verificou-se que apenas mepiramina (200 nmol) levou a significativa redução da ingestão de água pós-prandial ao final do período noturno. Os dados presentes demonstram que ambos os receptores histaminérgicos dos tipos Hi e H2, participam diretamente do processo de controle da ingestão hídrica, sendo que os receptores do tipo Hi, parecem ser mais efetivos no controle da ingestão hídrica do que os receptores do tipo H2. A utilização dos antagonistas histaminérgicos Hi e H2 em animais desidratados por privação hídrica e por administração de salina hipertônica, demostram a existência de um tônus histaminérgico endógeno que participa dos mecanismos cerebrais de controle da ingestão hídrica em condições fisiológicas de forma a manter a homeostasia hidrossalina. |