Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Xavier, Karla Rampim
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Orientador(a): |
Pacheco Filho, Raul Albino
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Social
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Departamento: |
Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/27206
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Resumo: |
Lacan propõe pensar os laços sociais a partir de quatro modalidades discursivas que estruturam as relações sociais de maneiras distintas; desse modo, são quatro discursos que conduz a forma como os laços são estruturados. No discurso do mestre, o dominante é a lei; no discurso universitário, é um saber sem sujeito que opera a dominância, e ambas as modalidades são discursos de mestria. Já o discurso da histérica pretende fazer frente a essa lógica de mestria que os outros dois discursos determinam: tal modalidade discursiva, ao confrontar o mestre, produz uma construção de saber que pode ser pensada tanto nos aspectos clínicos, por ser condição para um ser falante entrar em análise, interrogando-se sobre sua divisão, a fim de produzir saber, como pode servir para compreender questões políticas, confrontando o discurso hegemônico, podendo, eventualmente, modificar os rumos da história, mas, ainda assim, sem romper com as coordenadas de mestria. Por fim, o discurso do analista é responsável por dar lugar aos equívocos, para que algo da lógica de mestria possa cair: é a única modalidade discursiva que não converte as assimetrias a uma lógica hierarquizante e, desse modo, pode produzir algo novo, fora das coordenadas anteriormente estabelecidas. O feminismo surge como uma posição política de questionamento e enfrentamento à lógica hegemônica e, ao longo da história, foi se modificando, até alcançar o que conhecemos hoje como feminismo interseccional, ou seja, um feminismo que mantém, no seu horizonte, construir possibilidades, para acabar com as diversas formas de opressão e, por isso mesmo, considera a intersecção entre gênero, raça e classe, como estruturando as dominações e exclusões operadas no laço social. Dito isso, a presente tese versa sobre a interpretação do laço social, a partir do ensino lacaniano, e seu intercruzamento com a práxis feminista interseccional para, acompanhando Lélia Gonzalez, indicar como ela, por meio da sua clínica, opera um giro de modalidades discursivas. Inicialmente capturada nas armadilhas discursivas impostas pelos discursos de mestria, Lélia efetua uma histerização discursiva que lhe permite a construção de um saber sobre tornar-se mulher negra, lançando luz sobre como os discursos estruturam a cultura brasileira - trata-se de um giro em direção ao discurso do analista, o que faz cair as mestrias hegemônicas, possibilitando a ocupação de outro lugar no laço, um lugar capaz de sustentar as assimetrias e produzir um novo significante mestre, capaz de inaugurar novos sentidos, o pretuguês. |