[pt] A CADEIA, ELA ME TRANSFORMOU EM ALGO QUE EU NÃO ERA: O DISCURSO DE RESISTÊNCIA DE UM APENADO
Ano de defesa: | 2013 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=21795&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=21795&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.21795 |
Resumo: | [pt] Este trabalho propõe analisar o discurso do indivíduo apenado e encarcerado, com o objetivo de examinar como são exercidas as práticas de resistência ao sistema que o excluiu temporariamente do convívio social. A noção de identidade de resistência é aqui concebida como aquela construída por atores que se encontram em posições desvalorizadas ou estigmatizadas, constituídas por processo de dominação (Castells, 1999; Bourdieu, 1998; Bauman, 2001), ou por atores que, por alguma percepção particular de si mesmos e de outros, se posicionam contra algo ou alguém (Ewick e Silbey, 2003). As entrevistas para geração de dados foram concedidas por internos de um presídio na Cidade do Rio de Janeiro. Baseado em pressupostos da Sociolinguística Interacional, este trabalho prioriza a análise das narrativas de um detento, João, utilizando a estrutura de análise desenvolvida por Labov (1972) em interface com os estudos narrativos de histórias de vida apresentados por Linde (1993) e de narrativas de resistência apresentados por Ewick e Silbey (2003). A análise dos dados ressalta que o discurso de João pode ser caracterizado como de resistência, especificamente de resistência à identidade (socialmente essencializada) de criminoso. João emprega termos genéricos e destaca a agência de terceiros em suas histórias, amenizando o impacto causado aos seus interlocutores, por atos criminosos relatados. Deste modo, João atribui às constantes situações de adversidades, injustiças e restrições, a sua entrada no mundo do crime e a sua postura crítica a instituições e representantes governamentais, que, se não justificam, ao menos esclarecem as razões por atos infracionais cometidos. |