[pt] A ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA: A ROTINA, O FAZER CLÍNICO E AS REPRESENTAÇÕES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: TANIA CONCEICAO PEREIRA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=7231&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=7231&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.7231
Resumo: [pt] A proposta do estudo consiste em fazer uma análise densa da entrevista psiquiátrica, mediante articulação de três perspectivas: análise da rotina, a partir de roteiros de manuais com diretrizes e regras que orientam a prática clínica; análise de enquadres, do fazer clínico, com foco no aqui e agora da entrevista entre médico e pacientes; análise das representações do médico sobre o fazer clínico, em entrevistas com a pesquisadora. As bases teóricas do trabalho fundamentam-se na Sociolingüística Interacional, na Pesquisa Etnográfica e na Psicologia Social. Pretendeu-se, a partir das três perspectivas de análise, fazer um contraponto entre a prática da entrevista centrada no médico, enquanto voz da medicina, e a prática da entrevista centrada no paciente, a voz da sua vida de experiências. Os resultados revelaram que, em relação aos roteiros, há aqueles que voltam-se para tópicos que devem ser abordados, como forma de exercer maior controle, e outros que voltam-se para a valorização das histórias e experiências individuais dos pacientes, podendo propiciar uma interação mais espontânea. Nas entrevistas entre médico e pacientes, o médico aciona enquadres que oscilam entre o investigativo/exploratório e o de co- construção das experiências de vida do paciente, com mudanças na relação de assimetria. Releva-se, assim, um comportamento discursivo híbrido do médico que, ao mesmo tempo em que exerce controle, promove um estado de conversa, facilitando a representação discursiva das experiências dos pacientes. Na análise das entrevistas realizadas com o médico, percebeu-se que suas representações da entrevista são de uma prática que tem como objetivo valorizar a experiência dos pacientes, distanciando-se o quanto possível dos procedimentos determinados pelos roteiros. Os resultados indicam, no entanto, que, no aqui e agora da entrevista, o médico estabelece um meta-enquadre de controle das informações, gerenciando as informações com retomadas e resumos da fala do paciente, sinalizando um modo híbrido de fala.