[pt] AS ODISSEIAS DE HOMERO E DE KAZANTZÁKIS: O EXÍLIO EM DOIS POEMAS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: ANA LUCIA SILVA RESENDE DE A REIS
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=53439&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=53439&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.53439
Resumo: [pt] As Odisseias de Homero e de Kazantzákis – O exílio em dois poemas abordam o tema do exílio a partir de Ulisses, um mesmo protagonista que encarna personagens dramaticamente diferentes. As duas obras escritas em épocas muito distintas, propõem mais divergências do que convergências entre as duas narrativas gregas, mas encarnam a temática capaz de manter esse personagem principal e a problemática do exílio relevante através dos tempos. A pesquisa opera uma análise da trajetória do heroico personagem Ulisses na Odisseia do lendário Homero (ca. século VIII a. C.) e na Odisseia moderna do Prêmio Nobel grego Nikos Kazantzákis (1883-1957). A tese se compõe de três capítulos. O primeiro capítulo ocupa-se dos cantos iniciais do poema homérico (cantos IV-XII), com vistas a levantar as etapas do nóstos (retorno) do herói – percurso que descreve mais do que uma série de aventuras fabulosas: desenha-se aqui um trajeto que infunde no protagonista o sentimento do exílio e algumas de suas modalizações; os demais cantos consolidam a percepção de Ulisses perante a reintegração ao seu ambiente de origem. O segundo capítulo aborda o poema de Kazantzákis a partir das divergências em relação ao modelo: o autoexílio e as inusitadas opções do herói moderno que se impõem à narrativa e à leitura. O terceiro capítulo contém uma antologia da poesia moderna e contemporânea (dos séculos XIX-XX) em que um seleto glossário do exílio, presentes nos episódios dos épicos gregos lidos em seus contrastes, é ilustrado. Através desta personagem, que vivenciou de forma superlativa a questão exílica em seu périplo, inseminou-se definitivamente a temática do exílio na literatura. O volume de versos e episódios envolvidos na análise indicou o método comparativo e uma peculiar intertextualidade, exercida a partir da divergência em relação ao poema homérico, como os critérios da abordagem dos textos (SHAW: 1973, p. 90), articulados menos entre si do que em função do tema do exílio. Questões poéticas e políticas denotam o exílio como ferramenta crítica e de reflexão sobre a contemporaneidade, levando-nos a pensar e repensar tópicos como pertencimento, fronteiras, nacionalidade e origem, ainda que a partir de um dos temas mais remotos da literatura.