[pt] HERÓIS DE PAPEL: A IMAGEM DO JORNALISTA EM NOTÍCIAS DE GUERRA E ESPORTE ATRAVÉS DA PERSPECTIVA SISTÊMICO-FUNCIONAL E DA ANÁLISE DE CORPUS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: RENATA MARIA CANTANHEDE AMARANTE
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=16410&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=16410&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.16410
Resumo: [pt] Este trabalho insere-se nas áreas de Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) e Linguística de Corpus e visa investigar a imagem do jornalista construída pela imprensa. Por definição, o jornalista é narrador, não personagem; ele deve transmitir os fatos, de maneira isenta e sem expressar opinião, assumindo um papel de observador imparcial da realidade. No entanto, estudos linguísticos demonstram que o texto neutro não existe; além da seleção dos fatos para constar na notícia, as próprias escolhas discursivas transmitem ideias e crenças. Neste trabalho, a análise desenvolvida a partir da Linguística Sistêmico-Funcional (Halliday 1994, 2003) permite verificar, nas notícias, a imagem do jornalista que é transmitida através das escolhas discursivas encontradas. Uma das maneiras de investigar essas escolhas discursivas é através da Linguística de Corpus (cf. Hunston 2002, Hoey 2006, Stubbs 2006), que permite estudar um número elevado de textos, estendendo as possibilidades de análise. O corpus utilizado nesta pesquisa é composto por 1.050 notícias, recolhidas através da internet e de consultas a arquivos de bibliotecas, e publicadas em três jornais brasileiros em dois momentos sócio-históricos específicos: o primeiro mês da invasão do Iraque pelos EUA, em 2003, e a Copa do Mundo na Alemanha, em 2006. Os textos foram selecionados segundo o critério de terem como tema, de alguma forma, os jornalistas ou a atividade jornalística. A escolha dos períodos levou em consideração o fato de que, em momentos de guerra ou de competições esportivas internacionais, há uma concentração maior de notícias sobre jornalistas. A pesquisa baseou-se na análise de colocação dos vocábulos jornalista(s); além de localizar e procurar classificar as ocorrências desses vocábulos, em termos da metafunção experiencial (Halliday & Matthiessen 2004), como participantes de processos, buscou-se identificar e classificar também os processos propriamente ditos que apareciam relacionados a eles. Os resultados da análise mostram que o jornalista constitui geralmente uma categoria à parte, diferenciada do público em geral, dos torcedores e espectadores (na Copa), dos civis e soldados (na Guerra). Ao mesmo tempo, seu lado humanizado se manifesta, na Copa, quando aparece rindo de piadas, reclamando de resultados, colaborando com os colegas; já na Guerra, esse lado tem destaque evidente diante do risco constante e das situações de perigo e medo. Acima de tudo, o jornalista é representado com características idealizadas, como um profissional que desperta, com suas ações, reações no público, trabalha em condições adversas e não se detém diante de obstáculos.