[en] FANFICTION: ARCHONTIC REWRITINGS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: LUCIANA DA SILVA RIBEIRO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=35284&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=35284&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.35284
Resumo: [pt] Fanfictions são histórias ficcionais escritas por fãs, baseadas em séries de televisão, filmes, obras literárias, jogos de videogame: os fãs se apropriam de personagens e universos previamente existentes para desenvolver novos enredos. Esta pesquisa parte de uma perspectiva pós-estruturalista e segue dois caminhos que se complementam: em um primeiro momento, examina a fanfiction à luz de proposições teórico-conceituais do estudioso da tradução André Lefevere (1982, 1992) — noções de refração/reescrita e patronagem; em um segundo momento, dialoga com Mal de Arquivo, de Jacques Derrida (1995), e suas ricas contribuições para a noção de arquivo. Este trabalho se concentra particularmente em investigar os seguintes aspectos desse tipo de texto escrito por fãs: como as fanfictions afetam o tradicional modus operandi de sistemas literários ou, em maior ou menor grau, identidades de outros tipos de escrita, a começar pelo pastiche? Considerando as especificidades do gênero, como é possível caracterizá-lo a partir de uma perspectiva filosófica? A pesquisa mostra em especial (a) que a fanfiction pode ser pensada como um tipo de reescrita nos termos de Lefevere, que tais narrativas ficcionais de fãs desestabilizam alguns mecanismos de controle da patronagem, e que há diferenças entre os gêneros fanfiction e pastiche, assim como há diferenças entre estas e outras formas de reescrita, como a tradução, a adaptação, a crítica literária; e (b) que a fanfiction pode ser produtivamente concebida como uma reescrita arcôntica, nos termos de Derrida, sendo utilizada pelas ditas minorias como meio de expressar insatisfação e como um caminho à representatividade (DERECHO, 2006), sem, no entanto, deixar de dar testemunho da tensão entre forças conservadoras e instituidoras destacada na teoria do arquivo proposta pelo filósofo. Por fim, são analisados trechos de fanfictions de três universos ficcionais diferentes, à luz dos pressupostos de Lefevere, Derecho e Derrida, a fim de ilustrar e reforçar as discussões teóricas apresentadas.