[pt] ENCONTROS NAS ENCRUZILHADAS: OS CORPOS POLÍTICOS DO REFÚGIO, A POLÍTICA DO ENCONTRO E O DESVENDAR DE OUTROS MUNDOS
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=61524&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=61524&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.61524 |
Resumo: | [pt] Em inquestionável estado de vulnerabilidade, a condição refugiada é permeada por uma gama de relações de poder e violência, que tornam sua sobrevivência uma jornada cada vez mais tortuosa. Dificilmente conseguimos deixar de mencionar seu estado de precariedade que os torna sujeitos do humanitarismo que, através de um discurso do cuidado típico da governança humanitária, transforma esses indivíduos refugiados em um grande corpo cheio de feridas abertas prontas para serem suturadas. Quando diante de um complexo aparato fronteiriço de securitização, são tratados como uma ameaça à ordem e manutenção das estruturas e forma de vida de uma sociedade que é aparentemente incapaz de responder imediatamente com hospitalidade. Uma vez assentados em centros urbanos, essas populações também têm suas experiências atravessadas pelas relações de poder que se fazem presentes em suas vidas cotidianas, em sua condição de vida refugiada e vida precarizada, reduzidas à sua luta e suas dores, tornadas vítimas puras e despolitizadas. À primeira vista, corpos anônimos, abandonados, securitizados, gerenciados, cujas forças foram tolhidas pela jornada e pelo discurso sobre suas vidas. Inspirada pelas proposições analíticas da Autonomia da Migração, essa dissertação está interessada em olhar para a migração e, consequentemente, para o refúgio enquanto político em si; afetada pelo filme Era o Hotel Cambridge (2016), de Eliane Caffé, recorta o cotidiano urbano como espaço-tempo a partir do qual também devemos pensar essa política autônoma da migração. Neste trabalho, busco refletir sobre a resistência e politização da vida no refúgio urbano, fora do eixo da cidadania, deslocando as possibilidades de suas experiências políticas para um lugar de indiscernibilidade às relações de poder que buscam predicá-los a um conjunto de subjetivizações expectadas. O ímpeto que move este trabalho é o desejo de poder olhar para outros lugares, outras relações, outros afetos, outros mundos, que não os delineados pelos significantes da política moderna intimamente relacionados à figura essencializada do cidadão, demarcadora do pertencimento e exclusão, ativo qualificante da vida. Este trabalho é um convite para buscarmos traçar novas rotas, para desvendarmos caminhos outros na diferença que se faz comum, retomando a condição refugiada urbana (e seus corpos marcados pela precariedade e precarização da vida) como política nos encontros nas encruzilhadas do cotidiano da vida urbana. |