[pt] QUE ESCOLA É POSSÍVEL?: GERANDO ENTENDIMENTOS SOBRE OS DESAFIOS NO COTIDIANO ESCOLAR E NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA EM UMA ESCOLA PÚBLICA NA FAVELA
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=29557&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=29557&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.29557 |
Resumo: | [pt] O foco do estudo é a prática docente no ensino de língua portuguesa, com desafios no cotidiano escolar, em perspectivas de ordem micro e macro, em uma escola pública localizada em uma favela na Zona Oeste do Rio de Janeiro, área de violência e de exclusão social. O objetivo consiste em gerar entendimentos sobre algumas questões que emergiram a partir das interações em sala de aula e que resultaram em embates e resistências ao fazer pedagógico, afetando o processo de ensino e aprendizagem naquele contexto. As discussões e reflexões foram orientadas por atividades de letramentos com potencial exploratório realizadas principalmente em duas turmas de oitavo ano no ano de 2014. Em uma perspectiva da Linguística Aplicada Transgressiva e alinhando-me a proposições que questionam o fazer científico tradicional, este estudo sugere a descolonialidade de nossas práticas como pesquisadores, orientando-se metodologicamente pelo olhar autoetnográfico e etnográfico. A proposta é embasada pela Prática Exploratória, como foco no processo pedagógico, buscando priorizar a qualidade de vida na sala de aula com a participação ativa de todos os envolvidos. Em encontro a esta proposta, defendo a ideia de um ensino de Língua Portuguesa voltado a uma noção de reação interpretativa durante as práticas de letramentos e de uma postura mais consciente do professor em relação à linguagem como práxis. Os dados compõem-se de uma série de sequências pedagógicas em atividades de sala de aula, assim como de informações institucionais, relatos, reportagens, entrevistas e anotações de meu diário e notas de campo, gerados desde minha inserção na rede municipal de ensino em 2013. As primeiras atividades realizadas apontaram para os modelos tradicionais de ensino como os legítimos a serem utilizados nas aulas de LP e sugeriram a ratificação de meu papel como professora a partir da autorização dos alunos. Com as atividades exploratórias, as percepções dos alunos sobre si e o outro no espaço escolar indicaram desnaturalizações sobre pré-conceitos e crenças sobre ensino, dinamizando as interrelações estabelecidas em sala de aula. Os entendimentos gerados colaboraram para apreensão do outro como alguém potencialmente igual, enfatizando a alteridade como um exercício necessário e permanente para as práticas sociais e pedagógicas. Houve uma mudança de atitude em relação à legitimação do ensino de LP, sublinhando a compreensão de que o uso da língua e as atividades de letramentos encontram-se em todas as ações cotidianas. A vivência naquele contexto escolar demandou uma pesquisa que questionasse a própria forma de se pesquisar, possibilitando, especialmente, o discernimento dos diferentes saberes trazidos pelos alunos e de suas histórias locais como epistemes, e dando visibilidade aos diferentes mundos e culturas em contato no espaço escolar como mundos possíveis e em construção. Neste sentido, a idealização de uma escola que pudesse responder a todas as necessidades das classes menos privilegiadas cede vez à percepção de que pensar uma escola possível de acordo com as especificidades locais torna-se uma proposta mais coerente e engajada com aqueles outros mundos possíveis e seus atores na criação de inteligibilidades contingentes, processuais e contínuas. |