[pt] OS CIRCUITOS AFETIVOS DAS NARRATIVAS E CONTRANARRATIVAS TRANSNACIONAIS DO HIV E DA AIDS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: GUSTAVO LUIZ FRISSO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=55321&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=55321&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.55321
Resumo: [pt] Essa dissertação busca compreender os efeitos e afetos gerados por narrativas e contranarrativas transnacionais do HIV e da Aids, partindo de expoentes da chamada virada afetiva ou emocional nas Relações Internacionais que se dedicam ao estudo da circulação de emoções, e da produção de economias afetivas, por meio de narrativas. Partindo do entendimento de que narrativas constituídas por figuras de linguagem, como a metáfora e a metonímia, são produtoras de afecções ou emoções que materializam as superfícies dos corpos individuais e coletivos, serão analisados dois conjuntos de narrativas do HIV e da Aids que desde a década de 1980 tentam fazer sentido da origem do vírus e do estado clínico. No primeiro conjunto, exploraremos como narrativas transnacionais constituídas por metáforas e metonímias como peste gay, câncer rosa e o grupo de risco dos 5Hs (homossexuais, heroinômanos, haitianos, hemofílicos e hookers) se proliferaram, e junto com elas circularam emoções que produziram efeitos de fronteira, afastamento, discriminação e exclusão. No segundo conjunto, exploraremos como outra economia afetiva, impulsionada por contranarrativas que buscam ressignificar as narrativas do HIV e da Aids, é produzida por organizações não governamentais LGBTQIA+, pela UNAIDS, por blogs ou comunidades sociais online, obras cinematográficas, ou testemunhos de personalidades com HIV. Surgida em um contexto marcado por informações mais concretas sobre a infecção e o aparecimento de medicamentos mais eficazes ao controle viral, essa economia afetiva luta contra a sedimentação de emoções negativas em pessoas que vivem com HIV e se vale de estratégias narrativas como a aplicação de novos termos para explicar o HIV e a Aids, a desassociação de termos metonímicos, implicando que o HIV não é Aids e Aids não é morte, e de termos metafóricos, desconstruindo a ideia de peste gay ou câncer rosa. Em uma tentativa de tecer as narrativas do HIV e da Aids com movimentos de contestação e ressignificação da epidemia das narrativas, essa pesquisa busca compreender as contranarrativas como imposições urgentes de uma nova construção do que o HIV e a Aids que desfaça efeitos de fronteira e produza possibilidades de afecções outras, que aproximem e conectem.