[pt] DESVELANDO A INCLUSÃO EM NEGOCIAÇÕES DE PAZ POR MEIO DA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA: AS MULHERES E OS DIÁLOGOS DE HAVANA ENTRE O GOVERNO DA COLÔMBIA E AS FARC-EP (2012-2016)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: ISA LIMA MENDES
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=53511&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=53511&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.53511
Resumo: [pt] Esta pesquisa aborda a questão da inclusão nas negociações de paz de um ângulo diferente daquele normalmente empregado pela literatura de Estudos sobre Paz e Conflitos (PCS). Este tema vem ganhando cada vez mais atenção nas últimas décadas: embora por muito tempo tenha sido visto apenas como uma fonte de perturbação no caminho de acordos políticos, a inclusão da sociedade está lentamente sendo aceita como uma perturbação necessária à construção de acordos legítimos e de uma paz duradoura. O desconforto que motiva esta investigação decorre da frequente despolitização e instrumentalização da inclusão no contexto da negociação e mediação da paz. A inclusão é muitas vezes tratada como uma entidade benigna que visa cultivar a legitimidade de um novo sistema político, enquanto sua natureza política inerente – as articulações políticas, disputas e exclusões que envolve – recebem pouca atenção. A literatura tende, portanto, a tratar tanto o processo de paz como o sistema político em negociação como um dado, neutralizando as disputas e exclusões que se renovam ou se criam pela reinvenção política envolvida em um processo de paz. Essa discussão não é de forma alguma dispensável se se quiser refletir sobre a construção da paz e a prevenção de conflitos em longo prazo, ou mesmo sobre a inclusão política em geral e a atual crise vivida pela democracia representativa. No esforço de politizar essa discussão, a tese disseca a ideia de inclusão nos processos de paz, analisando-a pelas lentes conceituais da representação política. Ao contrário de nossa tendência contemporânea de considerar a representação apenas o produto pontual de eleições periódicas, aqui o conceito é tomado em uma interpretação crítica e ampliada, considerada no contexto de seus dilemas atuais e sua relação complexa com a participação política, particularmente à luz da teoria democrática feminista. Além das eleições e da autorização formal, a pesquisa considera a representação política possível e presente em situações diferentes dos ambientes institucionalizados usuais, tais como as negociações de paz. Uma dupla estratégia é buscada para enfrentar esse desconforto: uma, uma discussão teórica da literatura existente sobre inclusão, que é relida por meio de sua interpretação como questão de representação política; e a segunda, uma observação empírica desse debate no contexto do caso colombiano, mais especificamente o papel das mulheres nos diálogos de Havana entre o governo e as FARC-EP (2012-2016). Esta parte se baseia na documentação disponível (declarações e relatórios oficiais, acordos de paz, material da mídia, relatórios da sociedade civil) e em um trabalho de campo realizado em Bogotá em novembro de 2018.