[pt] A COLONIALIDADE DA PAZ: (RE) PENSANDO O PROCESSO DE PAZ NA COLÔMBIA (2012-2016) A PARTIR DAS LUTAS INDÍGENAS POR PARTICIPAÇÃO
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=51959&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=51959&idi=2 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=51959&idi=4 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.51959 |
Resumo: | [pt] O recente processo de paz na Colômbia (2012-2016) figura entre um dos principais acontecimentos contemporâneos nas agendas de paz e segurança na América Latina. Em linhas gerais, as negociações e o Acordo Final delas resultante foram considerados uma história de sucesso na narrativa internacional. De um lado, resultaram no término do conflito civil de mais de cinco décadas entre o Estado colombiano e as FARC-EP. De outro, fizeram isso de acordo com as melhores práticas internacionais em resolução de conflitos e construção da paz, principalmente em termos de adereçamento das raízes estruturais do conflito e de inclusão de atores da sociedade civil local. Nosso objetivo, nessa dissertação, é colocar em xeque essa narrativa de idoneidade e sucesso em torno do processo de paz na Colômbia. Fazemos isso partindo de um ponto de referência distinto do geralmente utilizado nas abordagens acadêmicas a esse conflito, priorizando sujeitos negligenciados por essas abordagens. Nos perguntamos, então: de que maneira as lutas indígenas em torno do processo de paz na Colômbia contribuem para pensar criticamente esse processo de paz? Em nossa argumentação, um primeiro elemento ressaltado pelas lutas indígenas em torno do processo de paz colombiano é que a paz é um conceito inerentemente político, em disputa por diversos atores sociais e suas agendas. Daí, avançamos uma conceitualização da paz como peça no tabuleiro político da Colômbia, demonstrando como foi mobilizada por importantes atores da cena política do país. Um segundo elemento que, em nossa avaliação, fica evidente a partir das lutas indígenas em torno do processo de paz na Colômbia é o que aqui chamamos de Colonialidade da Paz. Trata-se da reprodução, no processo de paz, das relações de poder e hierarquias sociais da matriz colonial de poder estabelecida no sistema-mundo moderno/colonial, notadamente a partir das dimensões da colonialidade do poder, do saber e do ser. A partir dessa percepção, propomos três estratégias analíticas – o resgate do legado colonial, o desvelamento de lógicas coloniais e a abertura de espaço para as vozes, manifestações e lutas subalternas – para pensar na colonialidade da paz na Colômbia. Ao utilizá-las para abordas as lutas indígenas em torno do processo de paz, notamos narrativas de complexificação de discursos sobre a violência; limitações nos modelos de participação no processo de paz e mobilizações sociais para contrarrestar essas limitações. Notamos, então, elementos que pensamos ser providenciais para desvelar a colonialidade presente no processo de paz na Colômbia, e apontar para possíveis horizontes decoloniais em torno da paz. |