[pt] CONTRATRANSFERÊNCIA E SEGREDOS DE FAMÍLIA: O TERAPEUTA ENTRE O MANIFESTO E O LATENTE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: CIDIANE VAZ MELO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=29089&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=29089&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.29089
Resumo: [pt] Na clínica com famílias, constata-se que os segredos familiares possuem funções de preservação da privacidade e da autonomia. Na psicoterapia familiar, determinados segredos assumem uma função central, enredando os membros em alianças inconscientes e pactos denegativos. Tal situação favorece o surgimento, na família, de angústias primitivas e fantasias relacionadas aos seus efeitos, à sua manutenção e à sua possível descoberta. Essas questões tornam-se particularmente pertinentes nos atendimentos, não só pela psicodinâmica envolvida, mas também por haver ressonâncias dos segredos de família no terapeuta e no processo terapêutico de modo geral. Em termos contratransferenciais, o terapeuta pode ficar às voltas com as mais variadas sensações, como dor de cabeça, entorpecimento, ansiedade e confusão. Pode também sentir medo, constrangimento e vergonha ao abordar determinados assuntos, às vezes chegando a perder sua capacidade de pensar e de fazer ligações entre os conteúdos mentais. Contrastada com tais vivências, observa-se também uma curiosidade detetivesca despertada no terapeuta quando em contato com essas famílias, o que pode comprometer a relação terapêutica e os atendimentos propriamente ditos. Diante das dificuldades envolvidas nessas situações, cabe interrogar: como pode o terapeuta compreender os fenômenos contratransferenciais mobilizados nas situações que envolvem segredos de família e utilizá-los a favor do tratamento? No presente estudo, reflete-se sobre tal questão. O conceito de contratransferência é abordado, desde as primeiras teorizações sobre o fenômeno clínico, assim como as noções de contratransferência familiar e de contratransferência mítica. Posteriormente, aborda-se a literatura psicanalítica sobre os segredos familiares diferenciando os tipos de segredos que são constitutivos do psiquismo e da capacidade de pensar autonomamente, daqueles que são vivenciados com angústia, vergonha e/ou humilhação. Por último, busca-se realizar uma articulação entre contratransferência e segredos familiares, tecendo considerações sobre a técnica envolvida no tratamento dessas situações clínicas.