[en] MEANINGS OF EDUCATION AND ITS CENTRALITY IN HOUSEHOLD CONSUMPTION: AN INTERPRETATIVE AND COMPARATIVE STUDY BETWEEN SOCIAL CLASSES
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=35111&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=35111&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.35111 |
Resumo: | [pt] O estudo de natureza qualitativa e interpretativa procurou investigar e comparar os significados que famílias de diferentes classes socioeconômicas atribuem à educação e à escolarização dos filhos, e como isso influencia o orçamento doméstico das famílias. Foram realizadas ao todo 76 entrevistas com pais e mães de 49 famílias de dois estratos sociais distintos: nova classe média (NCM) e classe média alta. O grupo da NCM foi ainda subdividido entre famílias que matriculam seus filhos em escolas privadas e famílias com filhos matriculados em escolas públicas, a fim de investigar diferenças dentro da nova classe média. Ao todo, quatro grupos distintos de famílias foram identificadas. Os dados indicam haver valorização em relação à educação em praticamente todas as famílias, mas de formas e intensidades diferentes, e guiadas por lógicas distintas. Mais importante, essas diferentes lógicas e significados orientam de forma substantiva a hierarquia de gastos da família. Dentro da NCM, prevalece a lógica da educação e dos diplomas escolares como instrumento para competição no mercado de trabalho. Contudo, há diferenças entre os grupos da NCM estudados. O primeiro grupo, famílias da NCM que matriculam os filhos em estabelecimentos de ensino particulares de baixo custo dos bairros dos subúrbios da cidade buscam uma estratégia de evitação de convívio de seus filhos com a cultura desviante da favela. Os gastos com educação são consideráveis, mas não há uma grande mobilização pelas melhores oportunidades educacionais para os filhos. O segundo grupo, formado predominantemente por famílias da NCM moradoras das favelas que investem na educação dos filhos, caracterizam-se por uma forte mobilização em torno da escolarização de seus filhos, na crença da educação de qualidade como ferramenta de mobilização social. Os gastos escolares assumem uma enorme centralidade nos orçamentos domésticos e grandes sacrifícios são feitos. O terceiro grupo, famílias com filhos em escolas públicas, moradoras das favelas cariocas, enxergam a escola e atividades complementares como importantes instrumentos para manter as mentes de seus filhos ocupadas e assim evitar as tentações do crime e de outras atividades desviantes que ocorrem no seio das comunidades onde habitam. Embora nessas famílias os gastos monetários com educação sejam bem mais reduzidos, a manutenção dos filhos na escola até a formatura no ensino médio, muitas vezes sem a exigência de se trabalhar em paralelo, representa um investimento considerável, na forma de abdicação de receitas do trabalho dos filhos. Por fim, nas famílias de classe média alta aqui investigadas, a educação é altamente valorizada, mas as lógicas que regem os projetos de escolarização dos filhos são bem mais plurais, e vão além da visão instrumental da escola, incluindo também lógicas socializadoras e identitárias. Os gastos com educação e atividades extracurriculares são elevadíssimos e atingem proporções altas dos orçamentos domésticos, mas raramente representam sacrifícios consideráveis, já que as rendas discrecionárias dessas famílias são relativamente bem mais elevadas. Uma conjunção de fatores estruturais e culturais estão na base para explicações tentativas para as diferentes visões e lógicas do projeto escolar dos filhos destas famílias. |