Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Dias, Laísa Rachter de Sousa |
Orientador(a): |
Berriel, Cecilia Machado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/10438/30696
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Resumo: |
Esta tese contém três artigos independentes sobre os efeitos econômicos da habitação. O primeiro artigo avalia os efeitos do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), um programa habitacional que construiu casas para famílias de baixa renda na cidade do Rio de Janeiro (Brasil). Exploramos as loterias usadas para selecionar os beneficiários do programa para entender seus efeitos sobre a localização, a qualidade da moradia, os custos da moradia e as escolhas das famílias. Os efeitos estimados sugerem que o programa induziu as famílias a se mudarem para bairros menos povoados, com menor renda média e mais distantes. No entanto, o programa melhorou a qualidade das casas em que essas famílias vivem e diminuiu seus custos de moradia. Os aumentos em outras despesas não compensaram a queda nos custos de habitação. Além disso, os resultados estimados indicam que o programa não influenciou a participação na força de trabalho e a renda dos responsáveis pelo domicílio e gerou aumento modesto na matrícula de adolescentes. O segundo artigo examina os efeitos de casas sobre saúde infantil, explorando também variação exógena gerada pelo programa MCMV – que construiu cerca de um milhão de casas para famílias pobres no Brasil durante o período de 2010-2017. Explorando uma estratégia de regressão com descontinuidade e dados administrativos, estimamos os efeitos do programa MCMV na saúde ao nascer e na saúde infantil. Nossos resultados indicam que o programa reduziu a proporção de famílias que vivem em casas inadequadas em 18 pontos percentuais. Investimentos do programa induziram um aumento no peso ao nascer e diminuições na mortalidade infantil (antes de 1 ano) causada por condições originadas no período perinatal. Não encontramos efeito do programa em crianças com mais de um ano. Nossos resultados apontam a importância de programas habitacionais para melhorar a saúde ao nascer. O terceiro artigo investiga o efeito da variação dos preços dos imóveis sobre o consumo de bens não duráveis no Brasil. Para isso, construímos um painel estadual com informações sobre o consumo de bens não duráveis para o período 2008–2017, período que abrange o “boom” dos preços de imóveis e do consumo (2008–2014) e a queda dos mesmos (2014–2017). Estimamos o efeito dos preços de imóveis sobre o consumo usando a equação de forma reduzida proposta por e Cocco (2007), derivada da simulação de um modelo teórico de habitação e escolha de consumo sob restrições de dívida. Devido às limitações dos dados brasileiros, exploramos dados agregados ao nível do estado para estimar regressões de dados em painel. Os resultados sugerem que as mudanças nos preços imobiliários afetam significativamente o consumo de bens não duráveis no Brasil. As magnitudes são quantitativamente próximas aos efeitos encontrados para o Reino Unido em Campbell e Cocco (2007). Além disso, documentamos que o efeito dos preços imobiliários no consumo de bens não duráveis é assimétrico, mais forte no período de queda dos preços. A diferença dos efeitos durante as diferentes fases do ciclo econômico sugere que as restrições de crédito podem explicar os efeitos dos preços de imóveis sobre o consumo de bens não duráveis. |