[pt] ADOÇÃO INTER-RACIAL DE CRIANÇAS MAIS VELHAS E DE ADOLESCENTES: REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DE EMOÇÕES EM NARRATIVAS DE PAIS BRANCOS ACERCA DO RACISMO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: ANDRE LUIZ DOS PASSOS
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=67687&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=67687&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.67687
Resumo: [pt] Sendo um pai por adoção e um entusiasta do assunto (Moreira, 2020; Pires; Sales, 2020; Costa e Rosetti Ferreira, 2007; Dias et al, 2005), resolvi, nesta pesquisa, trazer à tona duas vertentes importantes a respeito dessa temática: a adoção de crianças mais velhas e de adolescentes (Vargas, 1998; Jubé, 2018; Souza, 2012) e a adoção inter-racial (Espíndola, 2020). Desde que comecei minhas leituras a respeito dos pressupostos teóricos da Linguística Aplicada Crítica e do seu interesse em se debruçar sobre os fenômenos da vida social (Moita Lopes, 2006), passei a procurar diálogos entre meu tema e essa área de pesquisa a fim de – através de experiências vividas pela minha família e por mais duas famílias amigas – começar a dar corpo a meu trabalho. Assim, esta tese tem por entender que emoções emergem em narrativas dos pais de crianças mais velhas e de adolescentes negros adotados e que significam certas experiências de vida enquanto situações de racismo. Além disso, busquei analisar as (co)construções dessas emoções como processos avaliativos (Cortazi; Jim, 2001; Nóbrega, 2009) que podem ocorrer nas narrativas para o entendimento e para a reflexão crítica acerca do racismo, investigando como esses pais lidam com os estigmas (Goffman, 2004) com que a sociedade marca seus filhos e refletindo sobre sua posição como pessoas que fazem parte de uma sociedade racista e como detentores dos privilégios advindos da branquitude (Bento, 2002; Schucman, 2012). Alinhado ao paradigma qualitativo de pesquisa (Denzin; Lincoln, 2006) e à pesquisa do praticante (Allwright, 2005), resolvi, ainda, realizar a análise a partir da metodologia de três lâminas de observação (Biar et al.2021), em que observo primeiro a estrutura narrativa; em seguida, o momento em que se narra e, por isso, a interação e a coconstrução (ou não) de sentidos realizadas entre mim e meus parceiros de pesquisa; e por último, os embates discursivos, ou seja, como nossos discursos corroboram ou não outros discursos disseminados em sociedade. Com isso, pude identificar algumas emoções negativas como de insatisfação e de incapacidade por parte dos pais que participaram desta tese acerca não só do racismo sofrido por seus filhos, mas também quando identificaram o quanto essa prática ainda existe neles. A partir de tais entendimentos construídos colaborativamente, vislumbro a possibilidade desta tese ter tido um efeito catalisador pelo qual os praticantes envolvidos e outros praticantes possam repensar seus sentimentos e práticas a respeito do antirracismo com vistas à revisão de seus comportamentos tanto em família, diante dos filhos que adotaram, quanto em sociedade.