[en] CANNIBAL RACE: THE INGESTION OF EUGENICS BY THE ANTHROPOPHAGIC MOVEMENT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: TAINA CAVALIERI FARIA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=64884&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=64884&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.64884
Resumo: [pt] Esta dissertação mapeia relações entre o movimento antropofágico e o movimento eugenista no contexto entreguerras no Brasil. A eugenia, ciência do aprimoramento da raça, predominava nos meios científicos mundiais e nacionais, enquanto a Antropofagia representava, no campo cultural, uma ampliação e amadurecimento ideológico do modernismo brasileiro. Assim como na geração de 1870, que buscou interpretar o Brasil através da aplicação de preceitos científicos na crítica literária, na geração de 1920 as questões culturais e raciais retornaram com mesmo léxico. A intelectualidade letrada e científica do país, impulsionada por um surto de modernização do Estado (maximizado ao fim da primeira guerra), ganhou um novo fôlego para reverter a imagem do Brasil como uma nação atrasada, devido às alegações fatalistas sobre o clima, a miscigenação e a herança colonial. Simultaneamente, pensava-se em resolver a falta de coesão entre os elementos étnicos, intensificada após uma larga imigração europeia. Através da análise do periódico paulista, Revista de Antropofagia, e de seus suplementos literários em outros estados (pouco considerados pela crítica), é possível perceber que ambos os grupos, com perspectivas heterogêneas e até divergentes internamente, encontraram uma confluência ao debater a formação de uma raça brasileira essencialmente mestiça, forte e original, dotada de uma unidade moral e espiritual. Tal aproximação entre a Antropofagia e a eugenia colabora para a compreensão dos motivos pelos quais a valorização da herança negra e ameríndia dentro da brasilidade modernista (absorvida pelo Estado a partir de 1930), longe de ter rompido com os preconceitos raciais, culminou na legitimação de um modelo peculiar de neutralização das alteridades através da devoração.