CORPO E PERCEPÇÕES NO ESPECTRO AUTISTA.
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas BR PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/725 |
Resumo: | A proposta desta tese insere-se na compreensão de que pessoas com algum tipo de comprometimento sensorial - entre elas, as pessoas com espectro do autismo - percebem o mundo de forma qualitativamente diferenciada. Todavia, o conhecimento e a relevância da dimensão perceptiva pouco são destacados na Educação, mesmo nos estudos e formações pedagógicas concernentes à Educação Especial. Este estudo objetiva desvelar modos de percepção característicos do espectro autista, predominantemente a partir da perspectiva de quem o apresenta, ou seja, pelo viés da existência. Compõe-se de um estudo bibliográfico que abrange quatro capítulos. O primeiro vai ao universo da Educação Especial e traz as concepções de desenvolvimento humano que tradicionalmente nortearam esse campo e a relevância dos princípios da nova defectologia defendidos por L.S. Vygotsky. Constata-se que à corporeidade é ainda conferido pouco destaque, para além do viés organicista. O segundo capítulo detém-se nos estudos sobre percepção nas condições de deficiência ou alterações sensoriais discorridos sob o referencial fenomenológico do filósofo Maurice Merleau-Ponty, que ressalta a imprescindibilidade do corpo no fenômeno do perceber. O terceiro capítulo abarca o espectro autista na literatura científica: as divergências sobre as (in)determinações na etiologia e nas propostas de intervenção. Acena-se a possibilidade de leitura do espectro a partir de um olhar fenomenológico. O quarto capítulo é centrado em autorrelatos de pessoas com espectro autista, principalmente os da bibliografia de Temple Grandin, no que concerne a descrições relativas ao corpo no perceber. São destacados dois subtemas: vias sensoriais e corpo; e corporeidade e pensamento. Os testemunhos referentes a esses subtemas são trazidos ao diálogo com a perspectiva fenomenológica, especialmente com a obra de Merleau-Ponty, que confere principal subsídio à leitura teórica que se empreende. Metodologicamente a tese busca, em seu percurso, fidelidade aos princípios da fenomenologia, no compromisso de tentar desvelar o fenômeno a partir da maneira como ele se apresenta e suscita contínuas interrogações à pesquisadora sobre aspectos ainda não refletidos e, por isso, postos em diálogo com a fundamentação teórica até que o qualitativo do proposto à investigação se apresente em essência. No presente trabalho sobressai a dimensão do corpo próprio como essencial na compreensão dos modos de perceber do espectro autista e de suas possibilidades - impossibilidades de relação com o mundo. A dificuldade de auto-organização do corpo como esquema (unidade) que se faz sentido, intenção e estética comunicante dificuldade acentuada pela assincronia entre as vias sensoriais repercute no habitar do corpo no mundo, na percepção - leitura dessa mesma unidade de sentido no outro e nas situações vividas. Por conseguinte, repercute no qualitativo das interações. |