Aspectos Epidemiológicos do Feminicídio no Município de Goiânia, Goiás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: David, Luana Muzzi Vaz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Ciências Sociais e Saúde::Curso de Enfermagem
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Violence against women has been considered a world public health issue for years, and the gender-based violence is its leading cause. Physical, psychological, and sexual aggressions against women may end in their death, usually by homicide. The intimate partner is, most of the times, the main aggressor. The objective of this study was to characterize the homicides of women, as well as describe the sociodemographic traits of the victims, from the occurrence of the homicide to its distribution in the seven sanitary districts of the city of Goiânia, Goiás State. A descriptive study was carried out with the data recorded on the System of Information on Mortality (SIM) between 2008 and 2015. The sanitary districts of the city with the largest number of female homicide were identified based on the variable place of residence of the victims. The secondary data were collected through the SIM, using the International Classification of Diseases, 10th review (ICD-10), for the classification of the femicides. A total of 376 homicides of women were recorded between 2008 and 2015, presenting an increase in its proportion in this period from 8.2% in 2008 to 12.5% in 2015. Most of the victims were young women at 20-39 years of age (57.5%), who were single, brown (61.1%), and had low education level (58.4%). Regarding the aggression means, firearms (64.0%) followed by penetrating or cutting objects (25.3%) stood out. The more frequent site of death occurrence was the public road (36.2%); as for the time, the months of January, April, and September, in the weekends, stood out. The sanitary districts where more female death due to aggression took place were Southwest (19.5%), followed by Campinas-City Center (17.3%), and Northeast (16.7%). Therefore, the predominant profile of women, victims of femicide, was young, brown, single, with low education level, and resident of the poorest regions of the city.
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4158
Resumo: A violência contra a mulher é considerada há anos um problema de saúde pública mundial, sendo a violência baseada no gênero sua principal causa. As agressões físicas, psicológicas e sexuais contra a mulher podem culminar em sua morte, geralmente por homicídio. O parceiro íntimo, na maioria das vezes, é seu principal agressor. O objetivo do presente estudo foi caracterizar os homicídios femininos, bem como descrever as características sociodemográficas das vítimas, da ocorrência dos homicídios e sua distribuição nos sete distritos sanitários do município de Goiânia, Goiás. Trata-se de um estudo descritivo, realizado com os dados registrados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) entre 2008 e 2015. Foram identificados os distritos sanitários do município em que se concentraram os maiores números de ocorrência de homicídios femininos, com base na variável de local de moradia das vítimas. Os dados secundários foram coletados através do SIM, utilizando a classificação internacional de doenças, 10a revisão (CID-10) para a classificação dos feminicídios. Foram registrados 376 homicídios de mulheres entre 2008 e 2015 apresentando um aumento da sua proporção neste período de 8,2% em 2008 para 12,5% em 2015. A maioria das vítimas era mulheres jovens de 20 a 39 anos (57,5%), solteiras (78,8%), pardas (61,1%) e 58,4% tinham baixa escolaridade. Em relação ao meio de agressão, destaca-se o uso de armas de fogo (64,0%), seguido dos objetos penetrantes ou cortantes (25,3%). O local de ocorrência do óbito mais frequente foi a via pública (36,2%), destacando-se os meses de janeiro, abril e setembro, nos finais de semana. Os distritos sanitários onde mais ocorreram os óbitos femininos por agressão foram o Sudoeste (19,5%), seguidos do Campinas-Centro (17,3%) e Noroeste (16,7%). Assim, o perfil predominante das mulheres vítimas de feminicídio foi jovens, pardas, solteiras, com baixo nível de escolaridade e moradoras de regiões menos favorecidas do município.