Escolarização Patologizada: Configurações de uma Prática Educacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gomes, Selma Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de Pedagogia
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4176
Resumo: Esta investigação pretendeu realçar a necessidade de se atentar para o problema da patologização da dificuldade no processo de aprendizagem, com o objetivo de questionar sobre um possível agravamento deste processo no contexto da escola que trabalha em consonância com o princípio da Educação para Todos (Escola Inclusiva). Pretendeu-se refletir sobre o desaparecimento da dificuldade como um processo desencadeado na relação com o saber escolar, que ocorre durante a escolarização, mas que no contexto da escola inclusiva se transforma em algum transtorno, passando a ser visto não como um problema pedagógico, mas como um caso clínico. O procedimento metodológico englobou: pesquisa bibliográfica da produção científica em nível de pós-graduação nas áreas de Educação e Psicologia, na intenção de inventariar as formulações teóricas produzidas sobre a patologização da dificuldade no processo de aprendizagem em pesquisas publicadas no Catálogo de Teses e Dissertações da Capes, no período entre 1990 e 2016, buscando contextualizar o objeto de estudo inserindo-o no campo das investigações existentes; uma pesquisa de literatura para percorrer o histórico dos conceitos de medicalização, patologização, dificuldade de aprendizagem e deficiência intelectual, evidenciados na tendência por uma dinâmica de diagnósticos confirmada pelos dados empíricos levantados no decorrer da pesquisa; uma análise de documentos oficiais do Censo Escolar (INEP) que evidenciaram o quantitativo de estudantes diagnosticados com transtornos mentais, principalmente a deficiência intelectual. Os resultados apresentaram como as relações entre doença e saúde configuraram e desencadearam, no mundo moderno e contemporâneo, uma série de ações e investimentos políticos, sociais, econômicos e pedagógicos, no sentido preventivo e terapêutico, muitas vezes medicamentoso, na condução de situações envolvendo comportamentos considerados inadequados e reforçaram a ideia do agravamento da patologização da educação, materializada em diagnósticos de transtornos mentais, em especial da deficiência intelectual, no contexto de um sistema educacional que propõe a educação inclusiva, mas que na verdade se objetivou em práticas excludentes e preconceituosas, operacionalizadas pela expansão de uma racionalidade biologizante e individualizante das dificuldades no processo de escolarização.