Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Pessin, Luiza
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Orientador(a): |
Melo, Rosane Braga de |
Banca de defesa: |
Melo, Rosane Braga de,
Couto, Maria Cristina Ventura,
Silva, Luna Rodrigues Freitas |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Instituto de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14462
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Resumo: |
O presente estudo buscou problematizar a crescente medicalização da infância e a patologização dos modos de ser criança na atualidade, pois de um ponto de vista crítico a medicalização crescente pode ser vista como um processo político e cultural. Parte-se da definição de medicalização como um processo pelo qual problemas não médicos passam a ser definidos e tratados como problemas médicos, enfatizando o deslocamento de comportamentos cotidianos e de outras esferas para a jurisdição médica. Os discursos classificatórios e patologizantes criam terapêuticas medicalizantes, além de multiplicar o uso dos psicofármacos, parecem estar comprometidas com a correção das anormalidades, transformando-se, portanto, em estratégias disciplinares de normalização das condutas consideradas desviantes. Para tanto, abordaremos os desdobramentos do conceito de medicalização e a história da psiquiatria infantil, indagando de que modo o saber médico-psiquiátrico foi respondendo, através de seus dispositivos disciplinares, às demandas sociais a ele endereçadas. Discutiremos a medicalização das aprendizagens e dos comportamentos de estudantes que não atendem ao padrão idealizado pela instituição escolar e a forma como estes supostos transtornos estão justificando o não aprender na escola. A pesquisa realizou uma revisão bibliográfica da produção acadêmica nacional de trabalhos que privilegiam as narrativas infantis como material de análise, a fim de levantar a prevalência de posicionamento crítico bem como analisar, através dos ditos infantis, os significados que as crianças atribuem ao seu processo de medicalização. Estes trabalhos permitiram revelar a necessidade da realização de mais pesquisas com crianças de caráter crítico, que fundamentem suas reflexões em elementos de base histórica e social, embora consideremos relevante sua proporcionalidade frente ao total de pesquisas analisadas. As pesquisas mostraram também que os ditos infantis estão atravessados pelo discurso da medicalização contemporânea e, os trabalhos críticos analisados possibilitaram vislumbrar outras formas de cuidado infantil tanto pedagógico quanto médico diferentes dos preconizados pela lógica medicalizante a saber, a individualização e a biologização das problemáticas humanas. |