O TRABALHO E O PROCESSO DE SAÚDE-DOENÇA DAS COSTUREIRAS POR FACÇÃO REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA/2010

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Pimentel, Lílian Cristina Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências da Saúde
BR
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências Ambientais e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/3142
Resumo: Esta pesquisa buscou identificar as implicações decorrentes das condições ambientais, sociais e do trabalho no processo de saúde - doença das mulheres costureiras por facção da Região Metropolitana de Goiânia. Teve como referência a Tese de Doutorado, Mujeres que viven del trabajo a domicílio El tiempo próprio de las trabajadoras de la ropa de vestir de Goiás, quanto ao tipo de estudo e os sujeitos investigados 10 anos depois, e será referenciado neste estudo como pesquisa-referência (Jonas/ 2001). Trata-se de um estudo qualitativo realizado junto a 34 costureiras por facção em seu próprio domicílio que foi localizado dentre as 59 costureiras selecionadas intencionalmente que participaram dos grupos de discussão da pesquisa-referência (Jonas/2001). Os dados foram coletados por meio de entrevistas em profundidade e os resultados obtidos possibilitaram identificar que a maioria dessas mulheres tem idade acima de 55 anos, são brancas, casadas, faccionistas, inseridas neste trabalho seja por vocação, necessidade de ajudar financeiramente em casa ou por falta de melhores oportunidades de trabalho. Em sua maioria, têm baixa escolaridade, jornada de trabalho excessiva, trabalham mais de 12 horas semanais, trabalham além da jornada de 8 horas diárias sem receber nenhuma remuneração extra e recebem de 1 a 2 salários mínimos. Além do trabalho profissional elas realizam trabalhos domésticos em suas moradias, o que caracteriza a dupla jornada de trabalho. O ambiente de trabalho geralmente é desprovido de conforto visual, térmico, acústico, com mobiliários inadequados e se mistura com o ambiente familiar. Estão expostas a vários fatores de riscos físicos, econômicos e ambientais manifestados nos problemas de saúde identificados em todas as faccionistas. São mais frequentes: as disfunções musculoesqueléticas, os problemas na coluna vertebral, digestivos, varizes e hipertensão. A maioria das costureiras identificou como desvantagem nesse trabalho dito livre, a falta de direitos e garantias sociais, e como vantagem o fato de ter conciliado os vários papeis de mãe, esposa e dona de casa. Quanto às realizações esperadas manifestaram que a maior delas, foi contribuir para a educação e formação dos filhos. Transcorridos 10 anos após a 1ª investigação realizada que serviu de referência para este trabalho, as costureiras atribuem os problemas de saúde enfrentados por elas como de ordem hereditária, sem ter uma postura consciente sobre o condicionamento a que estão submetidas pelo tipo de trabalho. Portanto, pode-se afirmar que, de uma maneira geral, elas ainda não se atentaram às questões atuais que ocorrem no mundo do trabalho e que está permeado por violações, para a diversidade de fatores de risco presentes no trabalho por facção em domicílio, e o impacto da sobrecarga do trabalho profissional no domicílio acumulado com a jornada de trabalho doméstico e dos cuidados com a família, responsáveis pelas doenças e manifestações álgicas.